Quantos ′′nãos′′ estás a carregar nas costas do teu filho mais velho?

Este é um trecho do livro “La Crianza Rebelde: Educar Desde el Respeto, la Consciencia y la Empatía” da autora Ana Acosta Rodriguez que gostei muito e que queria partilhar. Aqui traduzido de forma livre para português.

A imagem de destaque é uma belissima ilustração de Lucy Dillamore

O irmão mais velho…

′′ Não faças barulho, que a bebé está a dormir”, ′′ agora não posso que a bebé  precisa de mamar”, ′′ não posso dar atenção aos dois ao mesmo tempo e ela é mais pequenina, tens que esperar”.

Se estás nessa situação convido-te a tomar consciência sobre quantos ′′NÃOS′′ estás a carregar nas costas do teu filho mais velho. Verifica o vocabulário que usas, tuas ações e tuas omissões.

Lembra-te que o teu filho mais velho também precisa de ti e que se está a ser colocado de parte para que seu irmãozinho/a possa estar contigo.

Para o irmão mais velho, que às vezes ainda é um bebé, essa chegada implicou uma grande mudança na sua vida e talvez por isso esteja passando por uma etapa de explosões emocionais mais exacerbadas ou chore mais.

Está processando o duelo de ′′ mãe só pra mim “. E o que fazemos quando alguém que amamos está atravessando por um duelo? Acompanhamos, apoiamos, damos amor e conforto.

Isso é o que devemos fazer com nossos filhos mais velhos mesmo que pareça uma tarefa titânica.

Não lhes exijamos atitudes ou práticas que não correspondem à sua idade, não lhes carreguemos responsabilidades que não devem ter, (…) eles e elas ainda são crianças.

(…)

Se alimentarmos as crianças com amor, os medos morrem de fome

O mais interessante  de assumir a educação emocional das nossas crianças é que através dela nós podemos alterar a química do seu cérebro ; ou seja, estamos a oferecer-lhes a capacidade de controlar a sua biologia.

A influência negativa e penetrante dos meios de comunicação, as práticas educativas pouco acertadas e a falta de respeito nas escolas ou na sociedade estão diminuindo as capacidades emocionais das nossas crianças.

Podemos aceitar que é inevitável que certos tipos de mudanças sociais ocorram, mas o que nós temos em nossas mãos são ferramentas para melhorar a sua saúde emocional . O que podemos fazer?

É realmente muito simples, vamos ver …

Que um sorriso lhe sirva de guarda-chuva

Sabendo que a serotonina é o hormona principal na regulação do nosso humor, podemos ajudar o nosso cérebro a produzi-la de uma maneira natural. Para regular seus níveis no organismo basta manter uma dieta saudável, dormir uma quantidade adequada de horas todas as noites e fazer exercícios regularmente.

Ou seja, para termos uma correta saúde emocional devemos implementar estes hábitos em nossas vidas diárias. Dessa maneira, vamos conseguir que nosso cérebro se encontre nas condições ideais para evitar as sobrecargas de energia que surgem do stress e dos medos.

Cabe apontar, como curiosidade, que pesquisadores de renome afirmam que pedir que as nossas crianças sorriam e dizer a elas que as coisas irão melhorar é verdadeiramente útil. De fato, os seres humanos podem equilibrar os níveis de serotonina com um simples sorriso.

Quando sorrimos, nossos músculos faciais se contraem, o que faz com que diminua o fluxo sanguíneo dos vasos próximos a eles. Isso, por sua vez, faz com que o sangue arrefeça, e por isso se reduz a temperatura do córtex cerebral, o que gera, como consequência, a produção de serotonina.

Brincar é o trabalho de crianças

O que comentamos até agora deve confirmar a ideia de que as pequenas coisas são muito importantes. Se há uma forma através da qual podemos articular a aprendizagem emocional infantil é através da brincadeira.

A melhor forma de ensinar  habilidades que as permitam administrar as suas emoções é através das brincadeiras, pois conseguiremos dar-lhes a oportunidade de aprender e de praticar novas maneiras de sentir, de pensar e de agir.

Além disso, podemo-nos converter em parte integrante do processo de aprendizagem emocional de uma maneira tremendamente eficiente. De facto, depois de introduzirmos uma dinâmica atractiva, a curiosidade e a repetição que as crianças possuem e solicitam farão o resto do trabalho.

Por exemplo, quando um menino ou menina enfrenta um medo, é bom ajudá-los para que se sintam identificados com um personagem de ficção que admirem. Dessa maneira, podemos brincar com eles imaginando o que fariam se estivessem no lugar do seu ídolo.

Se articularmos uma série de brincadeiras desse tipo ou de outros, como as marionetes, o relaxamento ou a exploração corporal, conseguiremos que as crianças adquiram as habilidades necessárias para administrar suas emoções.

Isso também contribuirá para que elas desenvolvam o autoconhecimento, que estimulará o seu interesse por trabalhar aspectos cuja complexidade ainda não é compreendida. Graças a isso fomentaremos o desenvolvimento de uma autoestima saudável apoiada no respeito por si mesmo.

Chaves para aumentar as habilidades emocionais das crianças

Como já dissemos anteriormente, às vezes é muito simples conseguir que as nossas crianças cresçam de maneira equilibrada. Basta alimentá-las com amor para que seus medos e seus problemas emocionais morram de fome. Vejamos a seguir como podemos fazer isso em 3 simples passos…

1. Oferecer um lar, um lugar no qual se sintam protegidas e abrigadas

Um lar é criado a partir das emoções das pessoas que o compõem. As centenas de brinquedos em seus quartos não servem para nada se não compartilharmos com eles o nosso amor através de gestos de carinho e de cuidado.

2. Dar-lhes o nosso tempo, nosso interesse e o desejo de aproveitar os desafios que nos propõem

O que as nossas crianças vêem em nós, para elas, não está presente em mais ninguém. Por isso, é indispensável dedicar nosso tempo e nosso interesse genuíno a elas, e oferecer uma visão do seu mundo de maneira amorosa e incondicional.

3. Falar com elas de maneira carinhosa

Quando as crianças fazem alguma coisa errada ou se comportam de maneira agressiva estamos acostumados a empregar estratégias de rejeição. Alguns exemplos são dizer “Não te amo mais” ou “És muito malvado”. Entretanto, desta maneira elas não irão entender que o que está errado é o que fizeram, e não o seu valor próprio.

Por essa razão, as mensagens que devemos transmitir-lhes são do tipo “Não está certo o que fizeste”. Assim, não iremos diminuir a sua autoestima nem colocar em dúvida os nossos sentimentos por elas.

Artigo de Raquel Aldana – Psicóloga

Visto em  Plataforma Família

6 coisas que fazem as crianças felizes

1.Receber Abraços

Este talvez seja um dos gestos mais fáceis de ser realizado e uns dos preferidos das crianças.

Um abraço forte, naquele momento em que a criança mais precisa, faz milagres.

2. Andar descalço

Um hábito que as crianças adoram e ainda por cima melhora o controlo e movimento do corpo. E não, as crianças não ficam doentes por andarem descalças!

3. Ser escutado

Fortalece a auto-estima e a segurança da criança. Toda gente gosta de ser escutada e uma criança não é diferente!

4. Brincar ao Ar-Livre

Esta uma actividade que melhora a concentração e a memória da criança e elas adoram este convívio com a natureza.

5. Acordar com Beijinhos

Esta é a minha preferida! Acordar com beijinhos faz-nos sentir amados.

6.  Mexer-se

As crianças não foram feitas para passar um dia inteiro sentadas. Elas precisam de se mexer, soltar a energia, cansarem-se.

 

 

 

6 jogos para criar crianças emocionalmente mais fortes

desenho de menina a pilotar avião de brincar

A sociedade moderna vive cada mais com pressa,  cheia de estímulos e onde cada vez mais se procura a gratificação imediata.

Muitas vezes os pais recorrem aos telemóveis ou aos tablets para acalmar os filhos. Assim, é importante termos ferramentas que nos permitam trabalhar a calma e o autocontrole com as nossas crianças.

Ficam aqui 6 jogos, sugeridos pela psicóloga Raquel Aldana, que permitem treinar técnicas de relaxamento às nossas crianças.

1. Jogo do balão

A técnica do balão é um jogo que ajuda a fomentar o relaxamento e a induzir as crianças a expressarem verbalmente as  suas angústias do dia a dia.

Para este jogo apenas precisamos de uma espaço amplo e balões coloridos.

Pegue um balão e peça para a criança enchê-lo até estourar. Se a criança for pequena e ainda não conseguir encher sozinha pode você encher mas peça para que ela fique bem atenta ao que vai acontecer.

De seguida, peça para encher outro  balão mas desta vez deve controlar o ar que coloca de forma a não rebentar. Deixar sair o ar lentamente manipulando a boca do balão.

Logo depois, peça  para as crianças fecharem os olhos e imaginarem que estão se transformando em balões coloridos enquanto inspiram o ar. Em seguida, pediremos que elas expulsem o ar lentamente, como se fossem balões.

Converse com as crianças sobre os momentos do dia a dia em que elas se sentem cheias, a ponto de estourar como o primeiro balão, e pergunte o que elas fazem para se acalmar,  e sempre que precisem oferecer alternativas ou sugestões como elas poderão ultrapassar a situação.

Explique que quando pensamos de forma calma e equilibrada, somos capazes de expulsar os problemas lentamente, como acontece com o segundo balão.

2. Jogo da bola flutuante

Outro recurso divertido para a criança aprender a respirar profundamente é o jogo da bola flutuante. Consiste em manter a bola no ar o maior tempo possível. A verdade é que as crianças adoram esse jogo e é muito funcional a favorecer o relaxamento.

3. Jogo da Semente

Com música de fundo relaxante e pouca luz, simbolizaremos o crescimento de uma árvore.  Começaremos ajoelhados no chão, com a cabeça inclinada e os braços estendidos para a frente, como se fôssemos gatinhos se esticando.

Somos uma semente que, ao som da música, cresce e se torna uma grande árvore com belos galhos, que serão nossos braços estendidos para cima quando estivermos em pé. Este exercício é ideal para fazer com eles à noite, antes de dormir.

4. Pintar Mandalas

Pintar mandalas não apenas favorece o relaxamento e a reflexividade, mas também a capacidade de concentração e capacidade criativa.  Nas livrarias e na Internet, encontramos inúmeras alternativas adequadas para as crianças e adultos.

Eu próprio tenho uns quantos livros pintados.

5. Rabiscar, amassar papéis ou apertar bolas macias

Rabiscar, amassar papéis ou apertar bolas macias do tipo anti-stress é outro jogo simples para ajudá-los a canalizar as suas  emoções negativas . Além disso, ao mesmo tempo, favorecemos o desenvolvimento de habilidades motoras finas, pois ajudamos a fortalecer os músculos das suas mãos pequenas.

6. Soprar a Vela

Este jogo consiste em aprender a  respirar profundamente , ou seja, respirar pelo nariz, inflar a barriga e expelir lentamente o ar enquanto sopra a vela com a intenção de apagá-la. Assim que a criança compreende as instruções, pedimos para ela se sentar em uma cadeira a dois metros da vela, que estará acesa em cima de uma mesa.

Ela não pode se levantar nem se inclinar, por isso esperamos que ela não consiga apagar a vela. Assim, aproximamos cerca de meio metro a cadeira da mesa. Iremos aproximar a cadeira de forma progressiva até que a criança consiga apagar a vela. Assim, teremos um tempo de brincadeira de perto de 5 minutos  em que a criança irá adquirir a habilidade de respirar profundamente.

 

Substitua os telemóveis dos seus filhos por instrumentos musicais!

Este é um artigo escrito por Luiza Fletcher e publicado no blog O Segredo.

A forma como criamos nossas crianças mudou muito de uns tempos para cá. Agora, a estratégia adotada por muitos pais para acalmar seus filhos é dar-lhes um tablet ou um smartphone. Dentro desse contexto, as brincadeiras ao ar livre a atividades manuais ficam cada vez mais esquecidas.

Essa forma de criação é contestada pelo neuropsicólogo espanhol Álvaro Bilbao, que em seu livro “El cerebro del niño explicado a los padres” (O cérebro da criança explicado aos pais – em tradução livre), diz que, se queremos criar crianças mais inteligentes, devemos substituir seus tablets por instrumentos musicais.

Bilba acredita que as aulas de música estimulam a capacidade de raciocínio das crianças, mais do que a tecnologia. Além disso, os pais têm um papel importante na inteligência de seus filhos. Um estudo que foi publicado na revista Psiquiatría Molecular afirma que 50% da inteligência da criança é determinada pelos genes, mas os outros 50% dependem dos estímulos que elas recebem.

“A chave do desenvolvimento potencial do cérebro da criança está na sua relação com os pais. Ainda que a genética tenha um peso importante, sem essa presença não se materializa”, diz Bilba.

Abaixo estão listadas algumas estratégias defendidas por especialistas para desenvolver a inteligência das crianças:

Estudar música

Pesquisadores da Universidade de Toronto realizaram um estudo, publicado na revista Psychological Science, que relacionou o desenvolvimento cognitivo com o estudo e a aprendizagem de música. Para o estudo, três grupos de crianças de seis anos estudaram, separadamente, durante um ano, canto, piano e expressão dramática. As crianças que se dedicaram a estudar música foram as que mostraram maiores padrões de inteligência.

Menor contato com a televisão

Anos atrás, filmes de desenhos animados que aliavam figuras desenhadas ao som da música clássica de compositores como Mozart e Beethoven eram muito populares. Diversos especialistas aprovavam esses filmes, afirmando que ajudavam a estimular a inteligência de bebês e crianças, mas essas teorias foram desmentidas por estudos internacionais. De acordo com a Associação Americana de Pediatria, crianças com menos de dois anos não devem ter contato com televisão.

Evitar jogos que afirmam ajudar no desenvolvimento cerebral

Recentemente vêm surgindo muitos jogos eletrônicos e aplicações móveis que afirmam ajudar no desenvolvimento do cérebro e da memória. No entanto, a maioria deles não são embasados cientificamente. Tenha cuidado.

Assistir a filmes/documentários em línguas estrangeiras

Crianças que são ensinadas a assistir filmes em línguas estrangeiras desde cedo tendem a adaptar-se mais facilmente a outros vocábulos e a outros sons.

Ler histórias com seus pais antes de irem para a cama

Quando os pais leem histórias para seus filhos antes de irem para a cama, é importante que convidem as crianças para participar. Por exemplo, o pai lê uma página e o filho outra, e assim sucessivamente. De acordo com um estudo canadense, este método ajuda as crianças a melhorarem sua capacidade de aprendizagem.

 

 

5 razões para aprender outro idioma em criança

Sala de aula

No mundo de hoje, aprender outro idioma é imprescindível para se obter sucesso pessoal e, sobretudo, profissional. Muitos dos adultos que não tiveram essa possibilidade durante a infância e a juventude precisaram atualizar-se para conquistar melhores cargos e salários.

Entretanto, devido a certas dificuldades que eles enfrentaram, como vícios de linguagem, pode ter sido um processo mais difícil ter o domínio de uma segunda língua nessa fase da vida.

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Graças à facilidade com que as crianças absorvem conhecimento, recomenda-se que essa aprendizagem seja introduzida desde cedo para que a construção da fala ocorra com fluidez.

Se tem dúvidas sobre a iniciação dos seus filhos numa língua estrangeira, confira algumas das vantagens em aprender um novo idioma ainda na infância e esclareça as suas dúvidas sobre esse tema.

1. Desenvolver a inteligência cognitiva ao aprender outro idioma

Aprender outro idioma torna-se um desafio, pois retira a criança da sua zona de conforto. Quando uma criança se envolve com outra língua, está a  estimular as funções cognitivas, ligadas ou não à linguagem, como a fala, a memória, a criatividade e o raciocínio.

Isso permite o exercício da inteligência e o desenvolvimento da aprendizagem de uma forma geral, facilitando a retenção de novos conhecimentos.

Essa prática também possibilita que futuramente a criança aprenda novos idiomas, pois a atitude provoca padrões cerebrais de aprendizagem que tornam a absorção de uma terceira língua uma tarefa fácil.

2. Aprender outro idioma sem vícios de linguagem

Quando os adultos passam a estudar um novo idioma, já possuem o português concretizado nos seus processos cognitivos. Dessa forma, torna-se difícil abandonar alguns vícios da língua portuguesa, o que os leva a falar o segundo idioma com sotaques nem sempre favoráveis à nova língua.

Já uma criança, por estar a iniciar a aprendizagem, absorve as palavras e os sons de forma natural, da mesma forma que a língua materna.

Além disso, crianças com idade entre 3 e 5 anos estão a desenvolver a oralidade e a fonética das palavras. Por essa razão, elas têm mais chances de expressar o novo idioma de forma mais similar à nativa.

Nessa idade, o foco do ensino deve ser a conversação e para isso devem ser procurados cursos específicos para a faixa etária.

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3. Ampliar conhecimentos socioculturais

Estimular a aprendizagem de línguas estrangeiras também contribui com a educação sociocultural da criança, o que expande sua visão do mundo.

Além da capacidade de resolução de problemas com facilidade e criatividade, esse conhecimento proporciona o contato com culturas e costumes distintos dos aprendidos em casa.

Durante as aulas, o ideal é possibilitar o acesso à literatura, a comportamentos e a tradições dessa outra cultura.

Socialmente, o novo idioma contribui para o desenvolvimento de uma criança com boa capacidade de comunicação tanto no âmbito familiar quanto no público.

4. Aumentar as hipóteses de obter um futuro profissional de sucesso

Mães e pais estão constantemente preocupados com o futuro dos filhos e anseiam que, ao crescerem, eles atinjam o sucesso e a realização profissional.

Ainda que a criança esteja na primeira infância, o contato com outra língua traz vantagens desde cedo, o que o tornará um profissional capacitado e fluente na língua estrangeira.

Além disso, inserir a criança em novos círculos de amizade, como numa escola de inglês, contribui para o desenvolvimento de valores como a empatia, a sociabilidade e outras habilidades nas relações humanas.

5.Encaixar-se num mundo globalizado

Aprender outra língua trará um diferencial e tanto para a futura vida profissional do seu filho e será uma excelente oportunidade de ampliar os conhecimentos culturais, linguísticos e cognitivos da criança. Mas as vantagens de aprender inglês ainda em criança não param por aí.

Independentemente de tudo isso, o pequeno em desenvolvimento inevitavelmente irá esbarrar noutro idioma durante a sua aprendizagem. Isso porque ele crescerá num mundo globalizado, em que algo que acontece no Japão é noticiado minutos depois do outro lado do mundo. Por isso mesmo, estudar outro idioma desde cedo é tão importante. Boa parte do mundo  comunica e conecta-se pela língua inglesa. E a criança só poderá fazer parte dessa conexão se tiver o domínio do inglês. Isso é um facto! Ou seja: mais um motivo para investir nessa aprendizagem ainda nos primeiros anos de vida.

Agora que  conhece alguns bons motivos para fomentar o estudo de inglês desde cedo, vamos esclarecer algumas das dúvidas mais recorrentes sobre esse tema. Tome nota!

Qual a idade ideal para começar a estudar inglês?

As crianças tem um grande potencial para aprender e assimilar novos conteúdos. Justamente por isso, as ofertas de cursos de inglês vêm se ampliando até os primeiros anos da infância.

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Especialistas afirmam que até aos 4 anos as crianças ainda não tem o hipocampo totalmente desenvolvido (estrutura responsável pela formação da memória de longa duração). Isso significa dizer que nessa idade a criança pode até aprender algumas palavrinhas em inglês, mas a tendência é que esse conteúdo se perca.

Outros, como já falamos anteriormente, apontam que entre 3 e 5 anos a aprendizagem já pode ser iniciada, uma vez que a criança já está a desenvolver as suas habilidades de oralidade.

O importante é observar o interesse e o desenvolvimento da sua criança. Estimule-o, mas sem pressão. Se ele gostar do contacto com uma nova língua, reforce essa aprendizagem.

E quais as melhores formas de ensino para crianças?

Por se tratar de uma fase em que a criatividade e a imaginação estão em alta, a melhor forma de ensinar é fazendo uso de metodologias que agucem a curiosidade e o interesse das crianças para o idioma através de actividades lúdicas e interativas.

Uma das possibilidades é utilizar jogos interativos como ferramentas para o ensino  do novo idioma.

Outra metodologia muito aplicável com crianças é trazer o idioma para dentro da rotina delas. Para isso é preciso inserir na rotina da criança palavras-chave em inglês em situações que ela já está acostumada a responder.

Por exemplo, ensine o “Please!” depois que ele já souber o sentido de “Por favor!”; ensine o “Thank you” junto com o “Obrigado” e assim por diante.

 

Estudar inglês junto com o desenvolvimento da língua materna pode atrapalhar a alfabetização?

Esse é um mito que assusta muitos pais. Às vezes, as crianças expostas a um ensino bilíngue podem sim misturar os idiomas durante as formações das frases.

Mas isso faz parte do processo de aprendizagem. Com o tempo, a criança vai entendendo melhor o contexto das frases e da conversação e saberá  usar cada língua separadamente.

Como  pode perceber, aprender outro idioma é uma oportunidade cheia de vantagens para as crianças. Faz parte da tarefa dos pais incentivar o desenvolvimento dessa habilidade.

Fonte:

Método Montessori: reflexões para inspirar pais e educadores

método montessori: menino a brincar

Os princípios do Método Montessori de educação são aplicaveis a todos, mesmo em casa e mesmo não havendo à disposição os materiais didáticos que fazem parte do método escolar.

De acordo com Maria Montessori, o centro da aprendizagem é a própria criança que, com sua curiosidade natural, explora e dá ainda mais vazão à sua necessidade de aprender, se tiver à sua disposição um ambiente adequado, variado e estimulante. As crianças devem ser livres para escolherem os materiais, os brinquedos e as ferramentas que preferirem usar em cada etapa de seu crescimento, pois, cada experiência é uma oportunidade de aprendizagem.

Aqui estão algumas reflexões sobre o Método Montessori para inspirar pais, educadores e professores.

1.Método Montessori: Ambiente e ordem

Maria Montessori acreditava que as crianças aprendem melhor num ambiente arrumado. O conselho é criar seções diferentes em uma prateleira para armazenar livros, quebra-cabeças, jogos, bonecas, carrinhos, etc, tudo separadamente.

É aconselhável escolher recipientes como cestas e caixas que devem ser colocadas a uma altura facilmente alcançável pelas crianças. Também é importante ensinar a criança a arrumar cada brinquedo em seu lugar depois de tê-lo usado. Os pais devem apenas deixar à disposição os brinquedos adequados para cada idade e deixar que a criança seja livre para escolher o que quiser, mas manter a ordem e brincar com uma coisa de cada vez é muito importante.

2. Método Montessori: Movimento e Aprendizagem

De acordo com Maria Montessori, as crianças precisam se concentrar em algumas atividades que exigem o uso e o movimento das mãos. Pense na cena clássica em que uma criança aprende a empilhar cubos um em cima dos outros. Nesta atividade, que parece um jogo, a criança não está apenas se divertindo, mas está aprendendo a importância da concentração e da coordenação.

método montessori: menino e menina a salta à corda

3. Método Montessori: Livre escolha

Maria Montessori acreditava que a liberdade de escolha foi o mais importante processo mental do ser humano. As crianças aprendem muito mais e absorvem mais informações quando elas são deixadas livres para fazerem suas próprias escolhas.

liberdade de escolha não significa liberdade para fazer o que quiser, sem regras. Trata-se de uma liberdade que leva a criança à capacidade de escolher a coisa certa a fazer. E para a criança a coisa certa é decidir o que fazer para atender as suas próprias necessidades e dar um novo passo no seu processo de crescimento.

4. Método Montessori: Estimular o interesse

A criança aprende melhor se viver em um ambiente estimulante e cheio de objetos interessantes que atraiam a sua atenção. Mas isso não significa comprar a loja inteira de brinquedos. Crianças amam os nossos objetos do dia a dia como peneiras, panelas, colheres de pau.

Fique atento a não dar objetos muito pequenos que possam ser perigosos para os “menorzinhos”. Se puder, ofereça vários livros diferentes, materiais para fazer novos pequenos objetos artesanais (como por exemplo o rolo do papel higiénico, potinhos de iogurte etc), deixe ferramentas para desenhar e colorir à disposição da criança e tudo o que possa estimular a sua criatividade. Até mesmo uma música clássica ou relaxante pode ser útil durante o jogo e a aprendizagem.

5. Método Montessori: Recompensas

Maria Montessori não gostava de sistemas de ensino baseados em prémios e punições porque ela acreditava que a melhor recompensa para a criança é ter conseguido aprender a fazer sozinha uma coisa nova, graças a sua curiosidade e a sua força de vontade.

De acordo com o Método Montessori, o verdadeiro prêmio é ser capaz de atingir a meta: completar um quebra-cabeça, regar a planta sem deixar a água cair.

Nisso, um alerta: deixe a criança errar e acertar sozinha. O problema atual dos pais é não conseguir manter a ansiedade e querer ajudar a criança a completar sua tarefa. Deixa a criança fazer sozinha, ela é muito mais capaz do que você supõe.

6. Método Montessori: Atividades práticas

A aprendizagem das crianças de acordo com o Método Montessori, se dá especialmente através de atividades práticas durante os anos pré-escolares. As atividades práticas ajudam o seu filho a estimular os sentidos do tato, visão e audição, essenciais para aprender a ordem, a concentração e a independência.

Deixe teus filhos ajudarem a limpar a casa, a cozinharem, cuidar da horta, até mesmo a costurar, pregar um botão com uma agulha não pontiaguda.

7. Método Montessori: Grupos com crianças de diferentes idades

Na escola montessoriana as crianças estão distribuídas em diferentes classes com base na idade, mas Maria Montessori acreditava muito na formação de grupos mistos com crianças de diferentes idades porque sentia que isso era um estímulo para a aprendizagem.

Por exemplo, as crianças mais jovens ficam intrigadas com o que as mais velhas fazem e pedem ajuda a estas. Por sua vez a criança mais velha fica feliz em ensinar o que ela faz e já aprendeu. Este conselho é muito importante para os pais que têm crianças de diferentes idades.

As atividades que podem ser feitas dentro de um grupo misto podem incluir: desenho, jardinagem, esportes, brincadeiras de rua etc. Um dos princípios subjacentes ao método Montessori é deixar as crianças interagirem com as próprias crianças de diferentes idades, para que elas aprendam umas com as outras.

8. Método Montessori: Importância do contexto

É importante, de acordo com o Método Montessori, que os temas e os conceitos a serem aprendidos sejam colocados no contexto certo. Desta forma, as crianças vão entender e lembrar melhor deles. Exemplos concretos são mais fáceis de entender do que conceitos abstratos.

Este princípio prega além do mais que é essencial que as crianças aprendam fazendo em vez de (tentarem) aprender simplesmente escutando a lição.

9. Método Montessori: O papel do professor

Para Maria Montessori o papel do professor é o de gerir e facilitar as atividades dos alunos. Não é uma pessoa que dá uma palestra falando sobre os tópicos que ensina, é um auxiliar no processo de aprendizagemque a criança pode alcançar sozinha.

Menino e menina a ler numa sala de aula

10.  Método Montessori: independência e  reflexões sobre o Método Montessori para inspirar pais, educadoresautodisciplina

O Método Montessori encoraja as crianças a desenvolverem a independência e autodisciplina. Com o tempo, as crianças vão aprender a reconhecer quais são as suas paixões e suas inclinações e te farão entender o estilo de aprendizagem que elas preferem.

Algumas crianças gostam de leitura, enquanto outras são mais propensas a atividades práticas. Maria Montessori buscou unir, de uma forma equilibrada, todos os aspectos da aprendizagem, de modos que os princípios básicos do seu método, possam ser aplicados por todos. No entanto, na Itália, país de origem de Maria Montessori, para ser um professor montessoriano, é necessário passar por uma formação montessoriana, mas isso não impede que muitos docentes misturem ou usem o método nos aspectos em que acreditam. Muitos destes aspectos também podem aplicados em casa. O Método Montessori é genial e vai além da aprendizagem escolar pois, viver é aprender, certo?

Leia também:

Os 15 princípios de Maria Montessori para educar crianças felizes

Fonte: GreenMe

 

Madassa: o menino que não conseguia ler

O menino que não conseguia ler

Madassa não sabia ler nem escrever.
Madassa tinha a idade que as crianças têm quando sabem ler e escrever.
Mas Madassa não sabia ler nem escrever.

Dentro da cabeça de Madassa não havia lugar para palavras.
Dentro da cabeça de Madassa havia um medo todo negro, com os sons da guerra e dos mortos, muitos mortos.

Na cabeça de Madassa havia uma raiva vermelha cheia de «porquê? porquê?» como garras que espetam.

Dentro da cabeça de Madassa havia uma névoa de tristeza, tão espessa que ele não conseguia lembrar-se da cara do seu irmão ou da sua irmã, que tinham desaparecido e ninguém sabia onde.

Alguns dias, na cabeça de Madassa estava a fome que lhe enchia o ventre.

O negro do medo, as garras da raiva, a névoa da tristeza – e, alguns dias, a fome – ocupavam todo o espaço na cabeça de Madassa.
Não havia espaço para as palavras.

A professora já não sabia o que fazer para ajudar Madassa. Quanto ela tinha tempo, lia-lhe histórias que ele não conseguia ler sozinho.

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A história do Pequeno Polegar, que estava tão assustado na floresta – e o medo do Pequeno Polegar passeava na cabeça de Madassa.
A história do Grand Crieur , que estava sempre zangado – e a raiva do Grand Crieur era igual à raiva na cabeça de Madassa.
A história d’A Pequena Vendedora de Fósforos – e a tristeza da pequena vendedora gritava na cabeça de Madassa.
A professora contava-lhe também a história de Pierrot-la-Lune que queria florescer a terra inteira com as plumas dos pássaros – e as penas dançaram na cabeça de Madassa.

Na cabeça de Madassa, o medo do Pequeno Polegar deixava palavras para dizer medo.
A cólera de Grand Crieur deixava palavras para dizer cólera.
A tristeza de A Pequena Vendedora de Fósforos deixava palavras para exprimir a tristeza.
A dança das palavras de Pierrot-la-Lune deixava palavras que davam vontade de dançar.

Uma manhã, as palavras que se agitavam rapidamente na cabeça de Madassa não quiseram  mais ficar lá.  Madassa pegou um caderno, uma caneta, e um pouco desajeitadamente, como uma criança que aprende a andar, escreveu:

Madassa medo
Madassa cólera
Madassa tristeza
Madassa nas ervas
Madassa ao vento
Madassa na água
Madassa cinzento preto azul
Madassa vermelho amarelo preto
Madassa cinzento amarelo verde
Madassa galo tigre
Madassa sol

─ Um poema! ─ disse a professora. ─ Tu escreveste um poema!
Então foi isso, escrever!
Pegar nas palavras das histórias  para fazer as palavras de Madassa.
É preciso ler muitas histórias para ter muitas palavras.

Madassa começou a ler. E a escrever também.
Quanto mais ele lia, mais escrevia.
Quanto mais escrevia, mais ele queria ler.
Era um carrossel sem fim.
Madassa que não sabia ler nem escrever, agora enchia cadernos e mais cadernos.
Um dia talvez, ele escreveria um livro.

Madassa escritor.

Do livro Madassa de Michel Séonnet traduzido por Parentalidade Digital.

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As crianças precisam de arte e histórias, poemas e música, tanto quanto precisam de amor, comida e ar fresco

crianças no museu

As crianças precisam de arte, histórias, poemas e música, tanto quanto precisam de amor, comida, ar fresco e de brincar. Se não der comida a uma criança, o dano fica rapidamente visível. Se não permitir que uma criança tenha ar fresco e que brinque, o dano também é visível, mas não de forma tão rápida. Se não der amor a uma criança, o dano pode não ser visível por alguns anos, mas será permanente.

Mas se  não der a uma criança arte e histórias, poemas e música, o dano não será tão fácil de ver. No entanto, está lá. Os seus corpos são suficientemente saudáveis; eles conseguirão correr, pular e nadar e comer com fome e fazer muito barulho, como as crianças sempre fizeram, mas faltará algo.

É verdade que algumas pessoas crescem sem nenhum contato com arte de qualquer tipo e são perfeitamente felizes,  e vivem vidas boas e valiosas; pessoas em cujas casas não há livros, e elas não se importam muito com pinturas, e elas não conseguem ver o interesse da música. Bem, não há mal. Eu conheço pessoas assim. São bons vizinhos e cidadãos úteis.

 

Mas outras pessoas, em algum momento da sua infância ou juventude, ou até mesmo da velhice, deparam-se com uma coisa que nunca sonharam antes. É tão estranho para eles como o lado escuro da lua. Mas um dia eles ouvem uma voz no rádio lendo um poema, ou passam por uma casa com uma janela aberta onde alguém toca piano ou vêem um cartaz de uma pintura na parede de alguém e isso dá-lhes um golpe tão forte e ao mesmo tempo tão gentil que eles ficam tontos. Nada os preparou para isso. De repente percebem que estão cheios de fome, embora eles não tivessem ideia disso até há um minuto atrás; uma fome de algo tão doce e tão delicioso que quase parte o seu coração. Eles quase que choram, eles sentem-se tristes, felizes e solitários e acolhido por essa experiência completamente nova e estranha, e eles estão desesperados por ouvir mais perto do rádio, eles ficam fora da janela, eles não conseguem tirar os olhos do cartaz. Eles queriam isso, eles precisavam disso como uma pessoa a morrer de fome precisa de comida, e eles nunca o souberam. Eles não tinham ideia.

É isso que acontece a uma criança que precisa de música, pinturas ou poesia, ao se deparar com essas coisas por acaso. Não fosse esse acaso, talvez o encontro jamais ocorresse, e ela passaria a vida inteira num estado de fome cultural  da qual nem teria ideia.

 

Os efeitos da fome cultural não são dramáticos e rápidos. Não são tão facilmente visíveis.

E, como eu disse, algumas pessoas, pessoas boas, amigos simpáticos e cidadãos úteis, nunca chegam a viver essa experiência. Estão perfeitamente bem sem isso. Se todos os livros e toda a música e todas as pinturas do mundo desaparecessem da noite para o dia, elas não sentiriam falta; elas nem notariam.

Mas essa fome existe em muitas crianças, e muitas vezes nunca é satisfeita porque nunca foi despertada. Muitas crianças, em todos os cantos do mundo, estão a passar fome pela falta de algo que alimenta e nutre as suas almas de uma maneira que nada mais no mundo poderia.

Dizemos, corretamente, que todas as crianças têm direito à alimentação e ao abrigo, à educação, ao tratamento médico, e assim por diante. Mas devemos entender que todas as crianças têm direito à experiência da cultura. Temos de entender verdadeiramente que sem histórias, poemas, pinturas e música, as crianças também passarão fome.

Texto escrito por Philip Pullman (Versão original) para o décimo aniversário do Prémio Memorial Astrid Lindgren em 2012.

Não há magia como Bom dia para começar bem a manhã

Jim Carrey dizendo Bom Dia no filme The Truman Show

Não há magia como Bom dia
Para começar bem a manhã.
Dá alegria, dá energia
esta magia feliz e sã.

Bom dia Mãe, Bom dia Pai.
Bom dia Avó, Bom dia Avô.
Bom dias manos, Bom dia Gato.
Bom dia, dia que começou.

E aquele velhinho que não tem nada
que anda perdido pelo caminho
ouviu Bom dia, ficou calado
mas já se sente menos sozinho.

Rosa Lobato Faria