Este texto de Raquel Aldana, que eu traduzi do site La mente es maravillosa, é de leitura obrigatória. Nele, a autora, deixa-nos 12 maneiras de promover a auto-estima das crianças.
Ame, escute, aceite e estabeleça limites no comportamento dos seus filhos para que eles sejam capazes de compreender e ultrapassar os seus medos e cresçam confiantes do seu valor.
Permita que tenham decisões independentes. O reforço positivo é importante mas o elogio deve ser sempre realista.
Criar uma criança com uma auto-estima forte, assertiva e resiliente é, possivelmente, a tarefa mais importante de um pai.
12 maneiras de promover a auto-estima das crianças
Texto de Raquel Aldana traduzido de forma livre por Miguel Tinoco
Estamos tão obcecados em criar uma bolha de bem-estar dos adultos que esquecemos a importância de cultivar a auto-estima das crianças. É muito importante que os nossos filhos cresçam num mundo de adultos equilibrados, porque será o melhor que podemos transmitir-lhes. Contudo, se pararmos para pensar sobre isso, não nos será difícil perceber que deixamos visíveis as nossas deficiências.
Assim, as crianças, como os animais, percebem os nossos medos e inseguranças e fazem-nas suas com grande facilidade. Diante deste cenário, a verdade é que devemo- nos esforçar para que isso ocorra o menos possível. Mas como podemos fazer isso?
Em primeiro lugar, tendo em conta que somos o melhor exemplo para as crianças, devemos começar por cuidar de nós.
Em segundo lugar, com a nossa forma de agir e de tratá-las, assim como, com os valores que lhes transmitimos, isto é, como as educamos.
“A infância tem seus próprios modos de ver, pensar e sentir; nada é mais tolo do que tentar substituí-los pelo nosso “
-Jean-Jacques Rousseau-
Não queremos crianças que tentem ser perfeitas porque não queremos cultivar a soberba; queremos crianças que gostem de como são e que confiem em si mesmas e no seu potencial.
1 – É importante ter a sua opinião em conta e dedicar-lhes o nosso tempo em exclusividade.
Devemos considerar o que a criança no pede e nos reivindica. Além disso, se estamos a a caminhar com eles, não devemos estar a olhar para o nosso telemóvel, pois a criança nos dedicarão olhares e momentos que vamos perder.
Nota do tradutor: “Quando eu brinco contigo, converso contigo, ou passeio contigo, eu não atendo o telefone, mesmo que ele toque.”
2 – Corrija os seus erros, mas com carinho
Sem gritar e com paciência, a criança é uma esponja que absorverá o bem e o mal. Faça-a entender que vão aprender juntos e que a troca é mútua.
3 – Promova a sua autonomia, dando-lhes responsabilidades
Deixe-os tomar pequenas decisões no que respeita às suas relações ou hábitos diários. Por exemplo, eles podem cozinhar consigo, ajudá-lo a secar e a tirar os pratos da máquina, pôr a mesa, escolher as suas roupas, etc.
4-Não os compare
Outra chave para promover a auto-estima das crianças é que não as comparem. Não as comparem com os seus irmãos, nem com os seus amigos. Não compare uma criança com ninguém, e muito menos com um adulto. Ninguém é melhor ou pior que ninguém, somos todos diferentes .
5 – Nunca rotulá-lo como “desajeitado”, “mau”, “estúpido”
Isso não ajuda a crescer com uma auto-estima saudável. Quando a criança faz algo de errado, há muitas maneiras de lhe dizer: não é bom bater no teu irmão, não precisas partir os brinquedos ou temos que trabalhar bem com os colegas.
6 – Nem com “esperto”, “lindo” ou “inteligente”
A criança não entenderá em que se baseou para se referir a ela dessa maneira. Em alternativa, pode dizer-lhe: que bem fizeste as tuas tarefas ou adoro ver-te pintar. Ou seja, julgar os seus comportamentos, mas não a criança. [nota do tradutor: isto aplica-se igualmente ao ponto anterior – desaprovar o comportamento, não a criança ]
7-Estabelecer limites claros e ser consistente com eles
Ou seja, se não pegares nos teus brinquedos, não iremos ao parque; a criança vai querer negociar isso, mas não podemos facilitar nisso. Se colocou uma condição razoável, tem de fazê-la valer, caso contrário, o seu filho não vai levar isso a sério. Seja firme.
Nota do tradutor: A condição tem de ser razoável e que seja possível ser mantida. Não vale a pena ameaçar a criança que nunca mais vê televisão na vida porque esta condição não é possível de ser mantida.
8 – Valorize o esforço, não os resultados
Não se concentre no excelente ou no suficiente. O importante é que a criança tenha sido consistente e tenha feito o esforço para ter bons resultados. Para promover a auto-estima das crianças, é muito importante valorizar os seus esforços .
9-Não exagere nos elogios e seja concreto
Ou seja, diga-lhe o que ele fez bem e porque gostou. Arrumaste muito bem os teus carros de brincar e os animais de pelúcia é muito diferente de Estiveste muito bem.
É importante que fale com outras pessoas, diante da criança, das suas realizações e dos seus esforços, pois isso o fará sentir útil e importante.
10-Valide as suas emoções
Se a criança chora, é provável que ela tenha se aleijado. Dê a isto a devida importância. Evite dizer: “Não foi nada! Já já passa!”. Se alguma coisa a faz sentir-se mal, é importante que possamos dar-lhe a relevância adequada.
11-Não superproteger, só irá fomentar a insegurança e a dependência
Não esteja sempre de guarda e vigilante, pois irá criar crianças dentro de bolhas. As crianças não de porcelana e precisam de uma dinâmica que crie oportunidades para se desenvolverem de forma constante.
12 – Reserve um momento para cada uma das suas crianças
Tente encontrar um espaço individual para cada um, pois o facto de serem importantes e protagonistas por alguns minutos ou algumas horas é muito forte para eles. Ao fazê-lo, mostra que é fundamental, de vez em quando, dedicarem-se um ao outro.