As feridas do círculo familiar são as que mais demoram para sarar

Menino triste

Não podemos permitir que um passado familiar disfuncional e traumático afete o nosso presente e o nosso futuro. Devemos ser capazes de superá-lo e nos curarmos para sermos felizes.

As feridas geradas no círculo familiar causam traumas, carências profundas e vazios que nem sempre conseguimos reparar.

O impacto decorrente de um pai ausente, uma mãe tóxica, uma linguagem agressiva, gritos ou uma criação sem segurança e afeto trazem mais do que a clássica falta de autoestima ou os medos que é tão difícil superar.

Muitas vezes a dificuldade para resolver muitos destes impactos íntimos e privados está em um cérebro que foi ferido muito cedo.

Não podemos nos esquecer de que o estresse experimentado ao longo do tempo em idades jovens faz com que a arquitetura de nosso cérebro mude, e com que estruturas associadas às emoções sejam alteradas.

Tudo isso traz como consequência uma maior vulnerabilidade, um desamparo mais profundo que leva a um risco maior na hora de sofrermos de determinados transtornos emocionais.

A família é nosso primeiro contato com o mundo social, e se este contexto não nutre nossas necessidades essenciais, o impacto pode ser constante ao longo de nosso ciclo vital.

Vejamos a seguir, detalhadamente, por que é tão difícil superar estas feridas sofridas na época mais inicial de nossas vidas.

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A cultura nos diz que a família é um pilar incondicional (embora, às vezes, erre)

O último cenário em que alguém pensa que vai ser ferido, traído, decepcionado ou até abandonado é, sem dúvida, no seio de sua família.

No entanto, isso ocorre com mais frequência do que imaginamos.

Estas figuras de referência que têm como obrigação dar-nos o melhor, oferecer confiança, ânimo, positividade, amor e segurança às vezes falham voluntária ou involuntariamente.

Para uma criança, um adolescente e até para um adulto, experimentar esta traição ou esta decepção no seio familiar supõe desenvolver um trauma para o qual nunca estamos preparados.

A traição ou a carência gerada na família é mais dolorosa do que a simples traição de um amigo ou companheiro de trabalho. É um atentado contra a nossa identidade e nossas raízes.

A ferida de uma família é herdada por gerações

Uma família é mais do que uma árvore genealógica, um mesmo código genético, que ter os mesmos sobrenomes.

  • As famílias compartilham histórias e legados emocionais. Muitas vezes estes passados traumáticos são herdados de geração em geração de muitas formas.
  • A epigenética nos lembra, por exemplo, que tudo que acontece em nosso ambiente mais próximo deixa um impacto em nossos genes.
  • Assim, fatores como o medo, o estresse intenso ou os traumas podem ser herdados entre pais e filhos.
  • Isso faz com que, em alguns casos, sejamos mais ou menos suscetíveis a sofrer de depressão ou reagir com melhores ou piores ferramentas diante de situações adversas.

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Ainda que estabeleçamos distância de nosso círculo familiar, as feridas seguem presentes

Em um dado momento, finalmente tomamos coragem: dizemos “chega” e cortamos este vínculo prejudicial para estabelecer uma distância da família disfuncional e traumática.

No entanto, o simples fato de decidirmos dizer adeus a quem nos fez mal não traz, por si só, a cura da ferida. É um princípio, mas não a solução definitiva.

Não é nada fácil deixar para trás uma história, dinâmicas, lembranças e vazios.

Muitas destas dimensões ficam presas à nossa personalidade, e inclusive em nosso modo de nos relacionarmos com os demais.

As pessoas com um passado traumático costumam ser mais desconfiadas, têm mais dificuldade em manter relações sólidas.

Quem foi ferido precisa, além disso, se sentir reafirmado; anseia que os demais preencham estas carências, por isso muitas vezes se sentem frustrados porque poucas pessoas lhes oferecem tudo de que precisam.

Podemos chegar a questionar a nós mesmos

Este talvez seja o mais complexo e triste.

A pessoa que passou grande parte do seu ciclo vital em um lugar disfuncional ou no seio de uma família com estilo de criação negativo pode chegar a ver a si mesmo como alguém que não merece ser amado.

A educação recebida e o estilo de paternidade ou de maternidade em que fomos criados define as raízes da nossa personalidade e nossa autoestima.

O impacto negativo destas marcas é muito intenso; assim, muitas vezes a pessoa pode ter dúvida sobre a sua própria eficácia, sua valia como pessoa ou até se é digno ou não de cumprir seus sonhos.

Nosso círculo familiar pode nos dar asas ou pode arrancá-las. Isso é algo triste e devastador, mas verdadeiro.

No entanto, há algo de que nunca podemos nos esquecer: ninguém pode escolher quem serão seus pais, seus familiares, mas sempre chegará um momento em que teremos a capacidade e a obrigação de escolher como vai ser nossa vida.

Escolher ser forte, ser feliz, livre e maduro emocionalmente é algo essencial, daí a necessidade de superar e curar nosso passado.

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Fonte: Melhor com Saúde

Mamã, eu sou bonita?

Texto de Taylor Prescott traduzido, de forma livre, por Parentalidade Digital.

“Mamã, eu sou bonita?”, Perguntou a minha filha de cinco anos, com o seu cabelo ruivo, olhos atentos e carinhosa.

A sua pergunta: “Mamã, eu sou bonita?”, imobilizou-me. Ficou suspensa no ar, numa manhã agitada de escola, a meio do turbilhão de preparar a lancheira do almoço e atar os atacadores. O peso da sua pergunta atingiu-me como o martelo de Thor, partindo as costelas e indo directa ao coração.

“Mamã, eu sou bonita?”

“Fofinha, tu és muito mais do que bonita. Tu és carinhosa. Tu és inteligente. O teu coração brilha como ouro ao sol e o teu sorriso aquece o mundo “.

“Mas eu sou bonita?” Ela tem aquele olhar. Nele, vejo um reflexo de mim própria quando estou frustrada. É o mesmo olhar que, com toda a certeza, a minha própria mãe viu muitas vezes.

“Porque perguntas?”

“Porque eu tenho que ser bonita”.

O mundo parou. As farpas do mundo de repente começaram a destruir a fortaleza que eu pensei ter criado. Esta grande fortaleza foi projetada para protegê-la da ideia de que o valor de uma menina se mede pelo que tem vestido ou pelo seu aspecto.

“Mamã, por favor. Diz-me que sou bonita.”

Eu ponho-me joelhos, apesar de saber que temos pouco tempo e que a escola está quase a começar. “Tu és linda. Tu és linda por tudo o que sei que tu podes fazer. Tu és forte, engraçada e inteligente. Sim, tu és bonita. Mas isso não é o mais importante. “

“Mas um menino disse que era”.

O medo maternal saiu do seu eixo, transformando-se em fúria, fúria que tive de engolir, porque a minha filha tem cinco anos e não entende palavras como “patriarcado”. Esse menino sem rosto de repente parecia com cada homem que comentou a minha aparência como se fosse a única coisa que eu tenho que eles valorizam. O seu rosto tornou-se o rosto de cada homem que disse que a beleza é tudo o que eu poderia oferecer.

“Ouve-me, Pequenina. Na próxima vez que um menino te disser que é importante que sejas bonita, tu perguntas se ele acha que a sua mãe é bonita. Então perguntas se ela é uma mãe melhor por causa disso. “

“Tu és uma boa mamã”, diz ela. “E eu digo isto antes de te dizer que és bonita.” A epifania era visível. “Tu és mais do que bonita, mamã! Tu és uma boa mãe! E eu sou uma menina inteligente!”

Saímos de casa. Deixamos o abrigo e expomo-nos ao mundo por mais um dia. Eu escolho não usar maquilhagem, e eu deixo a minha menina brilhante usar os seu jeans rasgados favoritos. Eu a deixaria alegremente gritar: “Foda-se o patriarcado!”, se ela conhecesse o peso dessas palavras. Em vez disso, ouvimos os “Marretas” cantarem as suas canções tolas enquanto soletramos as suas letras.

Escola: o lugar onde eu espero que ela aprenda que a sua mente e o seu coração são o que mais importa.

O que acontece no coração de uma criança que não é amada

Nenhum pai está disposto a admitir que não ama o seu filho. No entanto, isso acontece com mais frequência do que deveria. Ao encontrarmos uma criança que não é amada, logo notamos os vestígios marcantes da falta de carinho. Existe uma diferença muito grande entre uma criança que é aceite e amada e aquela que não é.

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Existem muitas razões para essa falta de amor. Talvez a decisão de ter filhos não tenha sido um desejo consciente e suficientemente fundamentado. Não havia um lugar no coração para essa criança e, portanto, era impossível aceitá-la.

Quando uma criança é o resultado da falta de amor, desenvolve comportamentos que expressam o seu desconforto e o seu mal-estar. Ela mesma não compreende o que está acontecendo, especialmente se ainda for muito pequena. Uma criança que não é amada percebe o mundo como um lugar ameaçador, sente-se sozinha e faria qualquer coisa para mudar tudo.

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A situação complica-se quando os pais se recusam a admitir conscientemente que rejeitam a criança. Nesses casos, desenvolvem uma série de racionalizações para justificar a rejeição ou os maus-tratos. Dizem que toda agressão ou toda indiferença é para o bem da criança. Dessa forma, a criança acaba ficando confusa e acredita que é ela quem age constantemente de uma forma reprovável.

“Nunca é tarde demais para ter uma infância feliz”.
 -Tom Robbins –

A criança que não é amada e a culpa

Existem mães que dizem à criança que ela a irrita ou que ela é “insuportável”. Obviamente, estas mães estão stressadas; no entanto, muitas delas já estavam com um nível de stress muito alto antes de começarem a interagir com a criança.

Algo parecido ocorre quando fazem exigências que as crianças não conseguem corresponder, seja porque são muitas, mal enunciadas, ou requerem mais habilidades do que as que correspondem ao seu grau de desenvolvimento e idade: querem que a criança fique quieta por muito tempo, preste atenção por um longo período ou arrume a mesa com a habilidade de um adulto. Nesses casos, são os próprios pais que, com sua falta de visão, geram a sua própria frustração e o que é pior, fazem com que a criança se sinta frustrada e incompetente.

Uma criança que não é amada percebe que tudo o que ela faz irrita os seus pais. E que nada que ela faça é suficiente para agradar. Como ela ainda não tem a capacidade de avaliar objetivamente essa situação, desenvolve um forte sentimento de culpa por tudo isso. Criará uma autopercepção negativa e desenvolverá um desamparo aprendido: ela tem a sensação de que não importa o que faça, o resultado será sempre o mesmo e, portanto, incontrolável.

As marcas da falta de afecto

Quando uma criança não é amada, o seu coração quebra-se. Como não consegue entender o sofrimento que experimenta, manifesta-o de uma maneira indirecta. Desenvolve comportamentos ou ideias cuja função é liberar a angústia e a dor que está vivenciando.

Dia chuvoso

Alguns dos comportamentos que revelam a falta de carinho numa criança são os seguintes:

  • Desenvolve medos e fobias: medo do escuro, de alguns objetos ou animais, de determinadas situações.
  • Torna-se muito impulsivo. Não consegue conter a raiva, o choro, o riso ou qualquer emoção. As suas expressões emocionais são sempre muito exageradas.
  • É instável. Hoje querem uma coisa e amanhã outra. Elas também mudam de comportamento de um momento para outro, algo comum em crianças, mas naquelas crianças que percebem que não são amadas, esse traço é mais pronunciado.
  • Desenvolve comportamentos ansiosos, como não ser capaz de ficar quieto ou ser curioso o tempo todo, ou qualquer outro tipo de comportamento repetitivo.
  • Tem dificuldade de concentração, prestar atenção e isto acarreta problemas escolares.
  • Torna-se invisível ou, pelo menos, tenta. Está lá, mas é como se não estivesse. Tenta esconder-se, proteger-se, “não existir”.
  • Tem poucas habilidades sociais: sente-se desconfortável ou muito agressivo quando está com outras crianças ou adultos.

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Uma criança que não é amada e não recebe carinho torna-se muito desconfiada. Mostra muitos sinais de confusão e inquietação. Às vezes são muito tontas e, outras vezes, extremamente formais para a sua idade. Em geral, elas parecem tristes, servis e ansiosas por atenção.

O ser humano precisa de mimos, abraços e palavras carinhosas ao longo da sua vida. Especialmente nos primeiros anos, essas demonstrações de afecto são o alimento emocional necessário para se desenvolver de forma saudável: é uma necessidade básica, como comer ou dormir. Nenhum pai é perfeito, mas quando se tem um filho, é preciso trabalhar para que ele se sinta desejado e acolhido na família em que irá viver e crescer.

Fonte: A mente é maravilhosa

8 coisas que um pai deve fazer para que a sua filha se transforme numa mulher forte

A relação que há entre um pai e a sua filha pode chegar a ser tão especial que, com o passar do tempo, se transforma num pilar muito importante para a sua formação como mulher.

Desde o primeiro momento em que se encontram pode surgir uma conexão tão forte que é difícil explicar ou definir as emoções que afloram.

Assim como as mães, os pais têm um papel protagonista na educação da suas filhas.

Embora ambos possam diferir na forma de expressar seus sentimentos, juntos são o modelo que, no futuro, definirá uma parte muito importante da sua personalidade.

Por esta razão, é essencial saber aproveitar o tempo juntos, sobretudo naqueles anos em que elas precisam se sentir protegidas, amadas e apoiadas.

Isso não apenas permite criar uma relação com momentos inesquecíveis, mas também, de alguma maneira, influenciam o fortalecimento da sua autoestima e independência.

 

Por isso, hoje queremos reunir 8 coisas que todos os pais deveriam levar em conta para fazer de suas filhas mulheres fortes e seguras.

1. Ofereça sempre a sua atenção

Embora às vezes isso passe despercebido para os pais, as suas filhas os veem como super-heróis que as resgatam de todo o mal que possa lhes acontecer.

O facto de oferecer-lhes atenção quando precisam, inclusive dedicando a elas o tempo livre, fará com que se sintam amadas e ouvidas.

Com o passar do tempo a relação entre ambos fortalece-se e, no futuro, facilitará a comunicação e a confiança.

2. Pegue-a pela mão

Uma acção simples como pegá-la pela mão pode se transformar em um factor importante da relação que ambos manterão por toda a vida.

Sentir a mão de seu pai é um sinónimo de protecção e segurança que, no dia de amanhã, fará com que ela se sinta mais forte e apoiada.

Não importa o que aconteça, ela sabe que poderá contar consigo.

3. Fomente a sua autoestima

Todo o pai tem as ferramentas para fomentar a autoestima das suas filhas, não apenas ressaltando suas qualidades físicas.

Ensine-lhe desde pequena que ela é forte, que suas habilidades são as melhores e que cada possível defeito é, na realidade, uma virtude.

Isso ajudará a definir a sua personalidade e, sobretudo, será de grande ajuda para que ela se ame a si mesma, independentemente do que os outros digam.

Aplaudir as suas conquistas, corrigir os seus erros sem atacar e dizer-lhe o quanto é bonita são hábitos que, sem dúvida, a tornarão uma mulher segura.

4. Procure fazer com que viva experiências diferentes

As experiências são uma parte enriquecedora da formação como pessoas de todos os seres humanos.

Permitir que as pequenas explorem e desfrutem estas experiências é um grande apoio para que vençam os seus medos e se animem a sentir e a viver plenamente.

Compartilhar um passeio, ver filmes ou sair em excursões é uma pequena parte das coisas que vocês podem fazer juntos para fortalecer a relação e, ao mesmo tempo, ensinar.

menina sorridente sarapintada de muitas cores
Foto de Senjuti Kundu em Unsplash

5. Ensine-lhe artes ou desportos

Tanto as artes quanto os desportos são atividades que facilitam a formação dos filhos, não apenas porque potencializam suas habilidades, mas também porque permitem aproveitar o tempo em algo produtivo e saudável.

Estes implicam esforço, disciplina e aprender mais a cada dia. Assim, praticar qualquer um deles é uma grande oportunidade para ensinar e compartilhar experiências únicas e enriquecedoras.

6. Corrija-a quando for necessário

Embora às vezes possa parecer difícil ou triste, é necessário corrigir estes pequenos erros que podem ser cometidos desde a infância.

Um pai que ensina a sua filha a assumir as suas responsabilidades forma uma mulher com valores, capaz de reconhecer quando está errada.

7. Compartilhe um dia de trabalho com sua filha

Sempre que for possível, compartilhar um dia de trabalho entre pai e filha pode ser uma experiência gratificante e benéfica.

Permitir que ela veja de perto a sua profissão aumentará a sua admiração e, de facto, se transformará numa fonte de inspiração.

Ela verá que se esforça para dar-lhe o melhor e se sentirá muito orgulhosa.

8. Aprenda a confiar nela

A comunicação e a confiança são pilares muito importantes na relação dos pais com as suas filhas.

Em vez de semear o medo com ameaças sobre o que não pode fazer, é fundamental aproveitar o diálogo para ensinar e ser um confidente.

Uma filha que sente que seu pai é seu amigo irá procurar não o decepcionar e tomará decisões mais sábias.

É claro que, além de todos os conselhos mencionados, dar o exemplo e oferecer amor é essencial para formar filhas fortes e prontas para cada experiência da vida.

Não perca tempo! Quando você menos esperar, a sua filha será uma mulher.

Fonte: Melhor com saúde

As crianças aprendem o que vivem

Mãe e filho num momento de alegria

Neste poema, Dorothy Law Nolte, resume de uma forma tão simples o que é ser pai e mãe. A primeira vez que o li apaixonei-me imediatamente por ele e agora partilho convosco.

Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar.

Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar.

Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.

Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas.

Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.

Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.

Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.

Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas.

Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes.

Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar.

Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.

Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.

Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.

Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.

Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade.

Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.

Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.

Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam.

Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver.

Texto de Dorothy Law Nolte in “As crianças aprendem o que vivem ”

 

Ela não deve a ninguém um abraço. Uma lição sobre consentimento.

Menina sentada a uma janela

Já li vários textos sobre este assunto. Todos eles orbitam sobre um mesmo tópico: uma lição sobre consentimento e como não se deve obrigar os nossos filhos a abraçar ou beijar alguém caso eles não queiram. Escolhi este texto pela simplicidade que o assunto é exposto.

Pode ler o original, em Inglês, no site girlscouts.org. A tradução, para português, foi feita por mim, duma forma livre.

Festas e encontros familiares são um período para comida saborosa, tradições doces, histórias engraçadas e muito amor. Mas podem ser, sem que dê conta, um momento em que a sua filha fica com uma ideia errada sobre consentimento e afecto.

Já alguma vez insistiu, “O tio acabou de chegar – vai dar-lhe um grande abraço!” ou “A tia deu-te esse brinquedo bonito, vai dar-lhe um beijo”, quando a sua filha não o fez por sua própria iniciativa? Se sim, você pode querer reconsiderar o impeto de o fazer no futuro.

Pense nisso desta forma, dizer à sua criança que ela deve a alguém um abraço, quer porque ela não viu essa pessoa durante algum tempo ou porque lhe deram um presente, pode dar espaço, mais tarde na vida, para ela questionar se “deve” a outra pessoa qualquer tipo de afecto físico quando pagarem o seu jantar ou fizeram algo aparentemente mais agradável para ela.

“A noção de consentimento pode parecer algo dos adultos e como algo que não pertence às crianças”, diz a psicóloga de desenvolvimento Dra. Andrea Bastiani Archibald, “mas as lições que as meninas aprendem, quando são jovens, sobre a definição de limites físicos e esperar que eles sejam respeitados, duram toda a vida, e podem influenciar a forma como ela se sente consigo mesma e com o seu corpo, enquanto cresce. Além disso, sabemos que existem adultos que abusam de crianças e ensinar a sua filha, desde cedo, o que é o consentimento, podem ajudá-la a entender os seus direitos, saber quando os limites estão a ser ultrapassados e quando procurar ajuda “.

Dê à sua filha o espaço para decidir quando e como ela quer mostrar carinho. É claro que, muitas crianças podem, naturalmente, querer abraçar e beijar membros da família, amigos ou vizinhos, e isso é maravilhoso – mas, se a sua filha estiver reticente, pondere deixar à sua consideração o que fazer. Claro que isso não lhe dá o direito para ser rude! Existem muitas outras maneiras de mostrar afecto, gratidão e amor que não requerem contacto físico. Dizer o quanto ela sentiu a falta de alguém ou dizer obrigado, sorrir, atirar um beijo pelo ar ou mesmo “dar cinco” são maneiras de se expressar, e é importante que ela saiba que pode escolher a que é mais confortável para ela.

Como explicar aos seus filhos os discursos de ódio nas redes sociais

Discurso de ódio - twitter

Este é um texto escrito por Jennifer Hanley e publicado no site do Family Online Safety Institute. Nele, a autora mostra como podemos conversar com os nossos filhos sobre os discursos de ódio cada vez mais presentes nas redes sociais.

Explique os valores da vossa família, e as opiniões que vocês, como pais, não acreditam ou não toleram.

Reconheça que existem pessoas que não defendem os mesmos valores que a sua família ou mesmo que a maioria das pessoas, e que essas opiniões são muitas vezes vezes expressas online em comentários cheios de ódio, com o objectivo de atingir pessoas, por causa da sua raça, género, religião, orientação sexual ou deficiência. Diga ao seu filho que posts como estes podem parecer piores do que realmente são, e que a maioria das pessoas não partilha da mesma opinião. Reitere que essas publicações cheias de ódio vão contra os vossos valores.

Eduque os seus filhos e ajude-os a desenvolver o pensamento crítico, para que possam distinguir entre fontes online legítimas e aquelas que podem ter visões extremistas. Compartilhe exemplos de fontes que você acharia confiáveis ​​e o porquê. Lembre-os de que, para serem bons cidadãos digitais, eles precisam exercer os seus direitos e responsabilidades online, da mesma maneira que o fazem offline.

Prepare os seus filhos para que eles saibam o que fazer se encontrarem material ou discursos perturbadores. Se os seus filhos são pequenos, diga-lhes que, se virem esse tipo de conteúdo, devem-lhe mostrar e falar consigo. Se forem mais velhos, pergunte-lhes se sabem como usar as ferramentas disponíveis nas redes sociais. Informe-os sobre as opções e os passos a seguir se eles virem um discurso do ódio publicado online.

Ensine-os a silenciar ou bloquear aqueles com visões extremistas, ignorar os posts se assim escolherem, ou se eles se sentirem incomodados por coisas que estão a ver visando pessoas ou grupos podem falar consigo sobre isso e tomar medidas para denunciar o comportamento abusivo a uma rede social. Certifique-se de que os seus filhos sabem agir de forma responsável, de modo a que não compartilhem, gostem ou encaminhem posts que visam  insultar pessoas ou grupos.

Concentre-se nos aspectos positivos do que está online. Mostre-lhes como, em tempos difíceis, muitas pessoas também podem usar a Internet como uma plataforma para o bem, juntarem-se para parar o discurso de ódio ou unirem-se em torno de algo positivo. Por exemplo, uma citação positiva pode ser viral e pode ser inspiradora para o seu filho. O tweet do presidente Obama, que cita Nelson Mandela e a falar sobre ódio, é agora o tweet com mas gostos da história do Twitter e mensagens como essa podem ser estimulantes para o seu filho ver. Mostrar-lhes que há muitas vozes online que se unem para enfrentar o conteúdo odioso pode ser uma lição poderosa.

A lição mais importante é iniciar o diálogo o mais cedo possível para que os seus filhos tenham habilidades para pensar de forma crítica sobre o que eles vêem, saber como reagir se eles se depararem com um discurso de ódio e sentirem-se capacitados para tomarem medidas para difundir uma mensagem positiva. Certifique-se de que os seus filhos sabem que podem conversar consigo sobre o que eles poderão ver online e como isso os faz sentir, para que possam responder ou refletir juntos. Essas conversas permitirão que os seus filhos sejam melhores cidadãos digitais e ajudá-los-ão a tomar medidas positivas e responsáveis ​​quando enfrentarem um discurso de ódio online.

Trump discurso de ódio

Alguns recursos úteis:

Google – formulário para remover conteúdo

Facebook – informações sobre o relatório de conteúdo abusivo, incluindo discurso de ódio

Instagram – diretrizes da comunidade com informações sobre discurso e relatórios de ódio

Twitter – política de conduta odiosa e como denunciar conteúdo abusivo

YouTube – relatar discurso de ódio

Texto traduzido, de forma livre, por Parentalidade Digital

Cápsula do tempo – Uma tradição para o Ano Novo

capsula do tempo em familia

 

As crianças crescem e mudam tão depressa. Todos os anos, elas conhecem pessoas novas, aprendem coisas novas e crescem a passos largos, fisicamente, emocionalmente e mentalmente. Uma maneira divertida de preservar as melhores lembranças de cada ano e documentar os gostos, interesses, conquistas, altura, etc. de sua criança, é fazer uma cápsula do tempo a cada véspera de Ano Novo. É como um instantâneo do ano – congelando essas lembranças felizes a tempo de saborear nos próximos anos. Todos vocês vão gostar de olhar para trás a cada ano para ver o quanto eles cresceram.

Material necessário:

  • Um recipiente, como um frasco grande, uma caixa de sapatos ou uma lata de bolachas.
  • Fita métrica.
  • Papel de embrulho, fita, marcadores e cola para decorar o recipiente.
  • Lembranças e bugigangas dos lugares visitados.
  • Fotos.
  • Lápis e papel.
  • Cartolina.

 

Passo 1

Decore a sua cápsula de tempo. Pode ser simples como uma fita com uma etiqueta, que indica o ano, amarrada à tampa do franco ou uma mais elaborada como por exemplo uma caixa de sapatos decorada com papel de embrulho/ purpurinas / ‘jóias’ coloridas.

Passo 2

Desenhe o contorno da mão e a pegada do seu filho num cartão. Corte-os, date-os e coloque-os na cápsula do tempo.

Passo 3

Meça a altura do seu filho com a fita métrica. Registre a medida ou corte a fita métrica na altura do seu filho e enrole-a para colocar na cápsula.

Passo 4

Coloque as suas fotos favoritas do ano na cápsula. Certifique-se de incluir fotos de eventos especiais como aniversários e férias, juntamente com fotos do seu filho com os seus amigos, avós e outras pessoas especiais da sua vida, incluindo você!

Passo 5

Numa folha de papel, peça ao seu filho que escreva as suas memórias favoritas do ano e outras informações sobre ele. Pode incluir o filme favorito do ano, o nome do melhor amigo, o livro favorito, algo novo aprendido este ano e um objetivo para o novo ano. Há muitas ideias disponíveis online. Basta procurar por “time capsule printables”.

Passo 6

Coloque na caixa lembranças, bugigangas, recortes de jornais ou qualquer outra coisa que comemore o ano que passa. Sele a caixa.

Passo 7

Guarde ou enterre a sua cápsula do tempo até a próxima passagem de ano.

Todos os anos, na véspera de Ano Novo, depois de fazer a sua nova cápsula de tempo, vá buscar a cápsula do ano passado e abra-a. Veja quão maiores são as mãos e os pés dos seus filhos. Quanto eles cresceram num ano? as suas coisas favoritas mudaram? Aposto que você e seu filho ficarão maravilhados com a diferença de um ano.

 

Texto de Rebecca Eanes, fundadora da  positive-parents.org  e criadora da  Positive Parenting: Toddlers and Beyond. Traduzido para português, de forma livre, por Parentalidade Digital.

Como tirar os seus filhos da frente de um ecrã sem começar uma guerra

Pai e filha a ver o computador

Costuma lutar com os seus filhos para os tirar da frente de um ecrã? Isso geralmente termina em lágrimas (deles e suas)? Como tantos outros pais, eu costumava avisar os meus filhos.

“Mais cinco minutos, depois vamos jantar!” Gritava eu da cozinha.

Este aviso normalmente era ignorado.

Cinco minutos depois, eu caminhava para a sala e desligava a televisão/ tablet/ computador, esperando que aceitassem silenciosamente e que todos tivéssemos um jantar de familia tranquilo.

Resultado: choros, birras, jantar frio, cabelos brancos…

Percebi que algo estava errado. Algo estava errado na forma como eu estava a abordar o problema. Eu não conseguia descobrir o que poderia fazer para parar com os gritos repentinos no final de cada screen time (nota do tradutor: comecei por traduzir para tempo de ecrã. Mas mesmo em artigos técnicos em português mantém o termo inglês para indicar o tempo total que alguém passa em frente a um ecrã).

Eu queria encontrar uma maneira de desconectar suavemente os meus filhos do ecrã, de trazê-los de volta ao mundo real, sem colisões constantes e contusões ao longo do caminho (porque isso aconteceu quase todas as noites), mas eu não sabia como. Então, uma amiga deu-me a conhecer um pequeno truque de Isabelle Filliozat.

Isabelle Filliozat é uma psicóloga clínica especializada em parentalidade positiva. Ela é autora de muitos livros sobre educação infantil e uma autoridade sobre parentalidade gentil (gentle parenting) no mundo de língua francesa. De um dia para o outro, o meu mundo mudou. De repente, soube como lidar com o fim do screen time sem os gritos, as birras, o jantar frio ou os cabelos grisalhos.

Aqui está o método muito simples de Isabelle Filliozat para finalizar o screen time sem gritos.

A ciência por detrás do screen time

Alguma vez  faltou a eletricidade quando estavam mesmo para marcar um golo num jogo de futebol?

Ou a sua criança carregou no off  mesmo quando os protagonistas da comédia romântica finalmente se iam beijar?

Ou ficou sem bateria, quando ia matar o extra-terrestre  e ia subir de nível?

É difícil sair do estado de prazer, que é o que o screen time cria nos nossos cérebros. É difícil para os adultos. Para uma criança, pode ser terrível. Literalmente. Isabelle Filliozat explica o porquê:

Quando nós, seres humanos (não apenas crianças!) estamos absorvidos num filme ou a jogar um jogo de computador, estamos, mentalmente, em outro mundo. Os ecrãs são hipnóticos para os nossos cérebros. A luz, os sons, o ritmo das imagens colocam o cérebro em um estado de transe. Sentimo-nos bem  e  não queremos fazer mais nada. Nós não queremos que a situação mude.

Durante esses momentos, os nossos cérebros produzem dopamina, um neurotransmissor que alivia o stress e a dor. Tudo está bem – isto é, até que o ecrã seja desligado. Os níveis de dopamina no corpo caem rápido e sem aviso, o que, literalmente, pode criar uma sensação de dor no corpo. Esta queda nas hormonas, esse choque físico, é quando o “tempo de gritos” das crianças começa.

Não importa que nós, pais, sejamos bem claros que agora é hora de apagar o dispositivo electrónico. Afinal, discutimos e organizamos de antemão (“20 minutos!”), e / ou avisamos (“5 minutos mais!”).  Para nós, é claro e justo o suficiente, mas para a criança, não é.À frente de um ecrã, ela não está em estado de pensar dessa maneira ou de perceber essa informação.O seu cérebro está cheio de dopamina, recorda-se? Desligar o interruptor da televisão, para a criança, pode ser igual a uma dor física. Não está a dar-lhe literalmente uma bofetada na cara, mas é, neurologicamente falando, como ela pode estar a sentir.

Então, em vez de simplesmente carregar no botão de desligar, o truque é, entrar na sua zona.

O truque: construir uma ponte

Sempre que decidir que o screen time deve chegar ao fim, reserve um momento para se sentar ao lado do seu filho e entrar no seu mundo. Assista televisão com ele, ou sente-se com ele enquanto ele joga o seu jogo, massacrando extraterrestres no computador. Não precisa ser muito tempo, meio minuto é suficiente. Apenas compartilhe a sua experiência. Então, faça-lhe uma pergunta sobre isso.

“O estás a ver?” Pode funcionar para algumas crianças.

Outras podem precisar de perguntas mais específicas. “Então, em que nível estás agora?” Ou “Essa é uma personagem engraçada. Quem é?”

Geralmente, as crianças adoram quando os seus pais se interessam pelo seu mundo. Se eles estão muito absorvidos e não lhe ligam, não desista. Deixe-se estar com eles mais um momento e então faça outra pergunta.

Uma vez que a criança começa a responder às suas perguntas ou lhe diz algo que ela viu ou fez na tela, significa que está a sair do mundo de fantasia e a voltar para o mundo real. Ela está a sair do estado de transe e a voltar para uma zona onde está ciente da sua existência – mas devagar. A dopamina não cai abruptamente, porque construiu uma ponte – uma ponte entre onde ela está e onde você está. Podem começar a comunicar, e é aí que a magia acontece.

É nesse momento que pode começar a dizer ao seu filho que é hora de comer, de ir tomar banho ou simplesmente que a hora de televisão já acabou. E graças aquele minuto de flexibilização, o seu filho estará  num espaço onde pode ouvir e reagir ao seu pedido. Ele pode até, suavemente, voltar ao mundo real, e está tão feliz com a atenção dos pais que ele próprio quer desligar a televisão / tablet / computador.

Para mim, o simples compreender do que está a acontecer na mente dos meus filhos ajuda-me a lidar com o final do screen time muito melhor do que antes. Nem sempre é tão suave quanto eu quero, mas não voltamos a ter um incidente com berros desde que descobri o pequeno truque de Isabelle Filliozat.

Não acredite apenas na minha palavra, vá e experimente você mesmo

Da próxima vez que o seu filho estiver sentado à frente de um ecrã e você quiser terminar, tente isto:

  • Sente-se com ela por 30 segundos, um minuto ou mais, e simplesmente assista o que ela está assistindo / fazendo.
  • Faça uma pergunta inocente sobre o que está a acontecer na tela. A maioria das crianças adora a atenção dos seus pais e fornecerá respostas.
  • Uma vez que criou um diálogo, você criou uma ponte – uma ponte que permitirá que o seu filho, na sua mente e corpo, passe do ecrã de volta ao mundo real, sem hormonas em queda livre e, portanto, sem crise .
  • Aproveite o resto do vosso dia juntos.

Artigo de Anita Lehmann com tradução livre de Miguel Tinoco.

Eu não partilho fotos dos meus filhos nas redes sociais e vocês também não deveriam!

Bebé com logotipo do facebook na bochecha

Não partilhar fotos dos seus filhos nas redes sociais.

Esta seria a unica regra que deveria cumprir. Simplesmente, não partilhar qualquer imagem dos seus filhos nas redes sociais. Existem muitas razões para não o fazermos mas, vou enumerar apenas 2 que deverão ser suficientes para o justificar:

  • Segurança dos nossos filhos. A internet não é uma dimensão alternativa onde todos são boas pessoas. A internet é utilizada por redes de pedofilia, roubo de identidade ou rapto. Quando menos informação for partilhada menor a sua capacidade de cometer crimes.
  • Direito a ter a sua imagem salvaguardada. O que é publicado na internet  dificilmente desaparece e a criança quando cresce deve ter o direito de não ter a sua vida toda publicada. Muitas vezes as crianças são alvo de bullying resultado de fotografias ou comentários que os pais partilharam. Mesmo os adultos envolvem-se nesta forma de bullying digital. Há grupos de Facebook que se divertem  com as partilhas de outros pais.

Infelizmente, sofremos todos do Síndroma das Redes Sociais. Cada vez que temos uma novidade, um novo pensamento,fotografia ou dúvida (existencial ou não), lá vamos nós a correr até à nossa rede social preferida!

Eu sei que temos orgulho dos nossos filhos, das suas conquistas, da sua inteligência, da sua graça, mas o não partilharmos no facebook  não nos torna menos orgulhosos.

Dito isto, e sabendo que vão continuar a partilhar fotografias dos vossos filhos nas redes sociais, deixo a sugestão de algumas imagens que não deverá partilhar:

Informação pessoal

Esta parece bastante óbvia mas há quem não a siga. Não partilhe datas e locais de nascimento, telefones ou moradas. Não publique fotografias que identifiquem a escola, a casa ou locais que normalmente frequenta.

Imagens de grupo

Não pode tomar a decisão, pelos outros pais, de publicar a fotografia dos seus filhos nas redes sociais. Certifique-se que tem autorização para publicar qualquer foto do seu filho a brincar com outras crianças.

Hora do banho

Não partilhe fotografias onde o seu filho apareça totalmente ou parcialmente nu. O que você pode pensar que é um momento querido pode ser aproveitado por redes de pornografia infantil. De acordo com a Comissão Australiana de Segurança das Crianças na Web, mais de metade das fotos encontradas em sites de pedofilia foram retiradas das redes sociais dos pais.

O mesmo se aplica a fotografias do seu filho no bacio ou noutra situação embaraçosa. Qual acha que será a reação do seu filho quando chegar a adolescente e vir, numa qualquer rede social, uma imagem dele a fazer cocó.

Quando estão doentes

É nosso dever, como pais, proteger os nossos filhos, ainda mais quando estão numa situação mais vulnerável.  Você gostaria que toda a gente soubesse quando está doente? Possivelmente, não. Esta é uma pergunta que poderá fazer quando pensar partilhar alguma coisa dos seus filhos: eu gostaria de ser visto nesta situação?

Envergonhar como castigo

Há pais que colocam nas redes sociais fotografias dos seus filhos a fazer alguma asneira ou videos do castigo que lhe foi dado, apenas com o objectivo de os envergonhar. O que muitos consideram “castigo criativo” é na realidade uma prática que pode ter consequências graves nas crianças. Numa primeira fase viola a confiança que deve existir entre pais e filhos. Numa fase posterior, poderá mesmo causar stress pós-traumático, depressão e ansiedade.

 

Fontes:

“Sharenting: Children’s Privacy in the Age of Social Media”, Stacey B. Steinberg

“Don’t Share Photos of Your Kids on Facebook”, Ioana Rijnetuh, Heimedal Security

“Why You Shouldn’t Post These 8 Photos of Your Kids on Social Media”, Melissa Willets

“The True Effects of Parents Shaming Their Kids Online”, Melissa Willets