As crianças são apaixonadas pela natureza, mas nós fechamo-las em salas de aula, dia após dia, horas atrás de horas. Onde mais elas poderiam estar se trabalhamos o dia todo?
As crianças adoram aprender por tentativa e erro, comprovar fazendo com que suas ações tenham consequência e razão de ser, mas pedimos que memorizem datas, pratiquem para expor e escrevam planos sem muito sentido. Estudar é assim, chato, mas elas que se acostumem.
As crianças gostam de pintar árvores azuis, rios roxos. Mas nós corrigimo-los para pintar tudo exactamente como é. Academicamente, a imaginação é o menos importante.
As crianças adoram que sejam os pais a mostrar-lhe o mundo, mas passam dois dias por semana com eles. É para isso que pagamos às escola, aos centros de estudo, às creches.
As crianças adoram movimentar-se, mas optamos por pedir-lhes que fiquem sentados e quietos uma aula inteira e depois têm ginástica uma vez por semana. Quanto mais quietos, melhor.
As crianças gostam de conversar, mas raramente pedimos a sua opinião sobre as coisas que as envolvem. Quanto mais caladas, melhor.
As crianças gostam de tentar, mas acabamos fazendo as coisas por elas. É que estamos com pressa, não há tempo a perder.
As crianças gostam de fazer o que estão programadas para fazer, aprender com tudo os que as rodeia. O corpo é a base de todo a aprendizagem, a fala se desenvolve no vínculo com os pares e a autonomia no respeito pela sua iniciativa.
Observe como os seus filhos passam o dia, o quê e como aprendem em casa e na escola. Que a nossa própria rotina e as nossas ideias preconcebidas sobre a infância e educação não imobilizem a sua motivação natural para ser, aprender e, acima de tudo, florescer.
Texto de Naomi Toma, traduzido de forma livre por Parentalidade Digital.