Tudo vai passar (depressa demais)

Bebé a dar a mão à mãe

Eles vão crescer e dispensar nosso colo.
Vai chegar a fase em que os amigos serão mais importantes que os pais.
Que nossas demonstrações de afeto serão consideradas um grande mico.
Que em vez de torcemos para que eles durmam, torceremos pra que cheguem logo em casa.
Que não se interessarão pelos velhos brinquedos.
Que o alvoroço na hora do almoço, dará lugar a calmaria.
Que os programas em família serão menos atrativos que o churrasco com a turma.
Que dirão coisas tão maduras que nosso coração irá se apertar. Que começaremos a rezar com muito mais freqüência.
Que morreremos de saudade de nossos bebês crescidos.

Por isso, viva o agora. Releve as birras. Conte até 10. Faça cócegas. Conte histórias. Dê abraços de urso. Deite ao lado deles na cama. Abrace-os quando tiverem medo. Beije os machucados. Solte pipa. Brinque de boneca. Faça gols. Comemorem. Divirtam-se. Acorde cedo aos domingos pra aproveitar mais o dia. Rezem juntos. Estimule-os a cultivar amizades. Faça bolos. Carregue-os no colo.

Faça com que saibam o quanto são amados.
Passem o máximo de tempo juntos.

Assim quando eles decidirem partir para seus próprios vôos, você ainda terá tudo isso guardado no coração.

Texto de Cinthia Moralles

 

12 maneiras de promover a auto-estima das crianças

Mãe com bebé ao colo. Bebé está vestido de super-homem

Este texto de Raquel Aldana, que eu traduzi do site La mente es maravillosaé de leitura obrigatória. Nele, a autora, deixa-nos 12 maneiras de promover a auto-estima das crianças.

Ame, escute, aceite e estabeleça limites no comportamento dos seus filhos para que eles sejam capazes de compreender e ultrapassar os seus medos  e cresçam confiantes do seu valor.

Permita que tenham decisões independentes. O reforço positivo é importante mas o elogio deve ser sempre realista.

Criar uma criança com uma auto-estima forte, assertiva e resiliente é, possivelmente, a tarefa mais importante de um pai.

12 maneiras de promover a auto-estima das crianças

Texto de Raquel Aldana traduzido de forma livre por Miguel Tinoco

Estamos tão obcecados em criar uma bolha de bem-estar dos adultos que esquecemos a importância de cultivar a auto-estima das crianças. É muito importante que os nossos filhos cresçam num mundo de adultos equilibrados, porque será o melhor que podemos transmitir-lhes.  Contudo, se pararmos para pensar sobre isso, não nos será difícil perceber que deixamos visíveis as nossas deficiências.

Assim, as crianças, como os animais, percebem os nossos medos e inseguranças e fazem-nas suas com grande facilidade. Diante deste cenário, a verdade é que devemo- nos esforçar para que isso ocorra o menos possível. Mas como podemos fazer isso?

Em primeiro lugar, tendo em conta que somos o melhor exemplo para as crianças, devemos começar por cuidar de nós.

Em segundo lugar, com a nossa forma  de agir e de tratá-las, assim como, com os valores que lhes transmitimos, isto é, como as educamos.

“A infância tem seus próprios modos de ver, pensar e sentir; nada é mais tolo do que tentar substituí-los pelo nosso “
-Jean-Jacques Rousseau-
Não queremos crianças que tentem ser perfeitas porque não queremos cultivar a soberba; queremos crianças que gostem de como são e que confiem em si mesmas e no seu potencial. 

1 – É importante ter a sua opinião em conta e dedicar-lhes o nosso tempo em exclusividade.

Devemos considerar o que a criança no pede e nos reivindica. Além disso, se estamos a a caminhar com eles, não devemos estar a olhar para o nosso telemóvel, pois a criança nos dedicarão olhares e momentos que vamos perder.

Nota do tradutor: “Quando eu brinco contigo, converso contigo, ou passeio contigo, eu não atendo o telefone, mesmo que ele toque.”

Pai e filho de mão dada, a caminha nuns carris em direção ao por-do-sol

2 – Corrija os seus erros, mas com carinho

Sem gritar e com paciência, a criança é uma esponja que absorverá o bem e o mal. Faça-a entender que vão aprender juntos e que a troca é mútua.

3 – Promova a sua autonomia, dando-lhes responsabilidades

Deixe-os tomar pequenas decisões no que respeita às suas relações ou hábitos diários. Por exemplo, eles podem cozinhar consigo, ajudá-lo a secar e a tirar os pratos da máquina, pôr  a mesa, escolher as suas roupas, etc.

4-Não os compare

Outra chave para promover a auto-estima das crianças é  que não as comparem. Não as comparem com os seus irmãos, nem com os seus amigos. Não compare uma criança com ninguém, e muito menos com um adulto. Ninguém é melhor ou pior que ninguém, somos todos diferentes .

5 – Nunca rotulá-lo como “desajeitado”, “mau”, “estúpido”

Isso não ajuda a crescer com uma auto-estima saudável. Quando a criança faz algo de errado, há muitas maneiras de lhe dizer: não é bom bater no teu irmão, não precisas partir os brinquedos ou temos que trabalhar bem com os colegas.

6 – Nem com “esperto”, “lindo” ou “inteligente”

A criança não entenderá em que se baseou  para se referir a ela dessa maneira. Em alternativa, pode dizer-lhe: que bem fizeste as  tuas tarefas ou adoro ver-te pintar. Ou seja, julgar os seus comportamentos, mas não a criança. [nota do tradutor: isto aplica-se igualmente ao ponto anterior – desaprovar o comportamento, não a criança ]

Criança pequena a dar uma gargalhada

7-Estabelecer limites claros e ser consistente com eles

Ou seja, se  não pegares nos teus brinquedos, não iremos ao parque; a criança vai querer negociar isso, mas não podemos facilitar nisso. Se  colocou uma condição razoável, tem de fazê-la valer, caso contrário, o seu filho não vai levar isso a sério. Seja firme.

Nota do tradutor: A condição tem de ser razoável e que seja possível ser mantida. Não vale a pena ameaçar a criança que nunca mais vê televisão na vida porque esta condição não é possível de ser mantida.

8 – Valorize o esforço, não os resultados

Não se concentre no excelente ou no suficiente. O importante é que a criança tenha sido consistente e tenha feito o esforço para ter bons resultados. Para promover a auto-estima das crianças, é muito importante valorizar os seus esforços .

9-Não exagere nos elogios e seja concreto

Ou seja, diga-lhe o que ele fez bem e porque gostou.  Arrumaste muito bem os teus carros de brincar e os animais de pelúcia é muito diferente de Estiveste muito bem.

É importante que fale com outras pessoas, diante da criança, das suas realizações e dos seus esforços, pois isso o fará sentir útil e importante.

 

10-Valide as suas emoções

Se a criança chora, é provável que ela tenha se aleijado. Dê a isto a devida importância. Evite dizer: “Não foi nada! Já já passa!”. Se alguma coisa a faz  sentir-se mal, é importante que possamos dar-lhe a relevância adequada.

11-Não superproteger, só irá fomentar a insegurança e a dependência

Não esteja sempre de guarda e vigilante, pois irá criar crianças dentro de bolhas. As crianças não de porcelana e precisam de uma dinâmica que crie oportunidades para  se desenvolverem de forma constante.

Menina a saltar, feliz

12 – Reserve um momento para cada uma das suas crianças

Tente encontrar um espaço individual para cada um, pois o facto de serem importantes e protagonistas por alguns minutos ou algumas horas é muito forte para eles. Ao fazê-lo, mostra que é fundamental, de vez em quando, dedicarem-se um ao outro.

Porque não deve falar com a sua filha sobre o peso

Como pai de uma menina quero que ela cresça com uma imagem saudável do seu corpo. Li este texto de Kasey Edwards que gostei bastante e resolvi traduzi-lo. Para quem quiser ler o original está aqui o link.

A minha mãe passou toda a sua vida a acreditar que estava gorda e odiando-se por isso. O seu maior desejo era poupar-me a esse destino.

Com as melhores intenções, ela acompanhou de perto o desenvolvimento do meu corpo, falou constantemente sobre os perigos do aumento de peso e policiou meu apetite de uma maneira que nunca fez com os meus irmãos.

Ela não percebeu que estava a incutir-me o que tanto tentava evitar: o ódio do corpo. Quando és ensinada que o teu peso corporal é fundamental para o teu valor e felicidade, e que lanchar qualquer coisa para além de papas de aipo é vergonhoso, o desenvolvimento da insegurança corporal é quase inevitável – independentemente do teu IMC.

O ódio do corpo não é sobre como te vês, é sobre como te sentes  quando te vês.

Entrevistei mulheres com corpo de supermodelo que detestam os seus corpos e estão obcecadas com a perda dos “últimos cinco quilos”. E eu conheço mulheres com corpos maiores do que eu, que não têm um pingo de ódio do seu corpo.

Ter o corpo “certo” não inocula as pessoas contra o ódio do corpo. Isso só pode ser alcançado com os pensamentos corretos. Com minhas filhas, estou decidida a fazer as coisas de forma diferente. Eu adotei as seguintes estratégias para evitar o ódio do corpo.

 

1. Nunca fale sobre o peso

Eu nunca falo sobre o meu peso ou de qualquer outra pessoa na presença de minhas meninas. Quando as pessoas falam de peso na frente das minhas meninas, faço o meu melhor para neutralizá-lo – é apenas mais uma parte da rica tapeçaria da vida. Eu quero que eles entendam que o peso de uma pessoa é tão sem relação com a auto-estima quanto a sua altura.

2. Nunca fale sobre alimentos em termos de calorias ou o que está engordando

Quando falamos de comida, falamos sobre seu valor nutricional. A minha Violet de cinco anos entende que precisa comer uma variedade de alimentos todos os dias. Alguns alimentos a fazem crescer, correr rápido e levantar coisas pesadas. Outros a ajudam a aprender e impedem que ela fique doente. E alguns são apenas gostosos.

3. Não há alimentos proibidos

Eu não proíbo quaisquer alimentos porque não quero criar um “comedor às escondidas” ou criar qualquer tipo de associações boas / más com a comida. Violet entende que pode comer alimentos processados ​​algumas vezes, porque sabem bem e fazem parte de rituais sociais (como um bolo de aniversário), mas eles não ajudam o seu corpo a crescer. Se ela comeu muito bolo, então ela não seria capaz de comer todos os outros alimentos que seu corpo precisa.

4. Existe apenas uma regra de alimentação

Quero que minhas meninas sintam o controle de seus próprios apetites. Eu digo à Violet que o seu corpo sabe quando está com fome e quando está cheio, então tudo o que ela precisa fazer é ouvi-lo. Não a obrigue a comer quando não quer. Eu também não quero incitar uma guerra de alimentos ou uma luta de poder na mesa de jantar.

A única regra que temos nas horas das refeições é que a Violet precisa de comer um pouco de tudo o que estiver no prato para que o seu corpo obtenha a variedade de nutrientes que precisa para crescer e ser saudável. Às vezes, isso significa que ela só vai comer uma das ervilhas ou meio feijão. Sentir o controlo do seu próprio apetite e confiar nos sinais de seu corpo é mais importante do que o que ela come.

5. Concentre-se em como os corpos funcionam e não como eles parecem

Celebramos todas as coisas incríveis que Violet pode fazer com seu corpo – como correr, saltar, saltar, rolar. Ela passou a valorizar o seu corpo em termos do que pode fazer em vez de como parece.

As minhas meninas têm cinco anos e nove meses de idade, e só o tempo dirá se as minhas estratégias terão sucesso em criar crianças com imagens corporais positivas.

Também tenho consciência de que as mães não possuem as únicas chaves para as imagens corporais das suas filhas. As indústrias de dieta, beleza e cirurgia plástica são magistradas no cultivo da insegurança em meninas e mulheres.

Mas não me vou render sem luta. Quero que as minhas filhas saibam que, na batalha entre a sua auto-estima e todas as pessoas que buscam lucrar com a sua destruição, estarei sempre  a seu lado.

O meu trabalho é ajudar as minhas filhas a amar os seus corpos, não odiá-los. E, ao fazê-lo, espero que façam escolhas saudáveis, porque somos mais propensos a cuidar das coisas que amamos.