Em vez disso, eu abracei-te!

Hoje a minha paciência estava quase  esgotada e tudo que eu conseguia pensar era em ter alguns minutos para mim mesma, mas como tu adormeceste no meu peito, foi uma escolha fácil, apesar de uma lista de coisas que precisavam de ser feitas. 
Porque em vez disso… eu abracei-te!

Eu tinha de esvaziar a máquina de lavar loiça e lavar a pilha de loiça que transbordava no lavatório.
Mas em vez disso, eu abracei-te!

Eu tinha de arrumar as roupas dobradas que  têm estado em cima do secador. E eu ia voltar a lavar a roupa que esteve molhada durante a noite.
Mas em vez disso, eu abracei-te!

Eu ia aproveitar os meus dois minutos no chuveiro e se tivesse sorte, eu ia secar o meu cabelo e talvez colocar um pouco de maquilhagem.
Mas em vez disso, eu abracei-te!

Eu ia responder a alguns e-mails de trabalho e devolver algumas chamadas não atendidas ao longo das últimas 72 horas.
Mas em vez disso, eu abracei-te!

Eu ia aspirar os cereais esmagados que tu acidentalmente espalhaste pela sala e escada, e também arrumar alguns dos brinquedos que estão espalhados em todos os quartos.
Mas em vez disso, eu abracei-te!

Eu ia organizar o monte de correspondência que se tem avolumado na bancada, desde segunda-feira.
Mas em vez disso eu abracei-te!

Eu ia levar-te para cima e deitar-te e tinha a certeza que não acordarias se eu o fizesse. Talvez estivesses mais confortável na tua cama?
Mas em vez disso eu abracei-te!

Sabes, as tuas perninhas pequenas já se enrolam na cadeira apesar de parecer que ainda foi ontem que os teus dedos do pé minúsculos  descansavam sobre meu estômago.

As tuas pequenas respirações e doces mãos cabem perfeitamente em torno de mim, mas em breve vais preferir  esticar-te na tua cama de criança.

Eu encontrei a minha calma, paz e satisfação, aqui mesmo, agora mesmo, por causa de uma escolha simples …

Mas em vez disso eu abracei-te!

Tradução livre do texto de  Regan Long  através  da Plataforma Família.

Imagem de Regan Long.

5 razões para aprender outro idioma em criança

Sala de aula

No mundo de hoje, aprender outro idioma é imprescindível para se obter sucesso pessoal e, sobretudo, profissional. Muitos dos adultos que não tiveram essa possibilidade durante a infância e a juventude precisaram atualizar-se para conquistar melhores cargos e salários.

Entretanto, devido a certas dificuldades que eles enfrentaram, como vícios de linguagem, pode ter sido um processo mais difícil ter o domínio de uma segunda língua nessa fase da vida.

[sc name=”ad_tamanho300_250″]

 

Graças à facilidade com que as crianças absorvem conhecimento, recomenda-se que essa aprendizagem seja introduzida desde cedo para que a construção da fala ocorra com fluidez.

Se tem dúvidas sobre a iniciação dos seus filhos numa língua estrangeira, confira algumas das vantagens em aprender um novo idioma ainda na infância e esclareça as suas dúvidas sobre esse tema.

1. Desenvolver a inteligência cognitiva ao aprender outro idioma

Aprender outro idioma torna-se um desafio, pois retira a criança da sua zona de conforto. Quando uma criança se envolve com outra língua, está a  estimular as funções cognitivas, ligadas ou não à linguagem, como a fala, a memória, a criatividade e o raciocínio.

Isso permite o exercício da inteligência e o desenvolvimento da aprendizagem de uma forma geral, facilitando a retenção de novos conhecimentos.

Essa prática também possibilita que futuramente a criança aprenda novos idiomas, pois a atitude provoca padrões cerebrais de aprendizagem que tornam a absorção de uma terceira língua uma tarefa fácil.

2. Aprender outro idioma sem vícios de linguagem

Quando os adultos passam a estudar um novo idioma, já possuem o português concretizado nos seus processos cognitivos. Dessa forma, torna-se difícil abandonar alguns vícios da língua portuguesa, o que os leva a falar o segundo idioma com sotaques nem sempre favoráveis à nova língua.

Já uma criança, por estar a iniciar a aprendizagem, absorve as palavras e os sons de forma natural, da mesma forma que a língua materna.

Além disso, crianças com idade entre 3 e 5 anos estão a desenvolver a oralidade e a fonética das palavras. Por essa razão, elas têm mais chances de expressar o novo idioma de forma mais similar à nativa.

Nessa idade, o foco do ensino deve ser a conversação e para isso devem ser procurados cursos específicos para a faixa etária.

-pub-
[sc name=”publicidade_netlucro_wallstreet”]

 

3. Ampliar conhecimentos socioculturais

Estimular a aprendizagem de línguas estrangeiras também contribui com a educação sociocultural da criança, o que expande sua visão do mundo.

Além da capacidade de resolução de problemas com facilidade e criatividade, esse conhecimento proporciona o contato com culturas e costumes distintos dos aprendidos em casa.

Durante as aulas, o ideal é possibilitar o acesso à literatura, a comportamentos e a tradições dessa outra cultura.

Socialmente, o novo idioma contribui para o desenvolvimento de uma criança com boa capacidade de comunicação tanto no âmbito familiar quanto no público.

4. Aumentar as hipóteses de obter um futuro profissional de sucesso

Mães e pais estão constantemente preocupados com o futuro dos filhos e anseiam que, ao crescerem, eles atinjam o sucesso e a realização profissional.

Ainda que a criança esteja na primeira infância, o contato com outra língua traz vantagens desde cedo, o que o tornará um profissional capacitado e fluente na língua estrangeira.

Além disso, inserir a criança em novos círculos de amizade, como numa escola de inglês, contribui para o desenvolvimento de valores como a empatia, a sociabilidade e outras habilidades nas relações humanas.

5.Encaixar-se num mundo globalizado

Aprender outra língua trará um diferencial e tanto para a futura vida profissional do seu filho e será uma excelente oportunidade de ampliar os conhecimentos culturais, linguísticos e cognitivos da criança. Mas as vantagens de aprender inglês ainda em criança não param por aí.

Independentemente de tudo isso, o pequeno em desenvolvimento inevitavelmente irá esbarrar noutro idioma durante a sua aprendizagem. Isso porque ele crescerá num mundo globalizado, em que algo que acontece no Japão é noticiado minutos depois do outro lado do mundo. Por isso mesmo, estudar outro idioma desde cedo é tão importante. Boa parte do mundo  comunica e conecta-se pela língua inglesa. E a criança só poderá fazer parte dessa conexão se tiver o domínio do inglês. Isso é um facto! Ou seja: mais um motivo para investir nessa aprendizagem ainda nos primeiros anos de vida.

Agora que  conhece alguns bons motivos para fomentar o estudo de inglês desde cedo, vamos esclarecer algumas das dúvidas mais recorrentes sobre esse tema. Tome nota!

Qual a idade ideal para começar a estudar inglês?

As crianças tem um grande potencial para aprender e assimilar novos conteúdos. Justamente por isso, as ofertas de cursos de inglês vêm se ampliando até os primeiros anos da infância.

-pub-
[sc name=”publicidade_netlucro_wallstreet”]

 

Especialistas afirmam que até aos 4 anos as crianças ainda não tem o hipocampo totalmente desenvolvido (estrutura responsável pela formação da memória de longa duração). Isso significa dizer que nessa idade a criança pode até aprender algumas palavrinhas em inglês, mas a tendência é que esse conteúdo se perca.

Outros, como já falamos anteriormente, apontam que entre 3 e 5 anos a aprendizagem já pode ser iniciada, uma vez que a criança já está a desenvolver as suas habilidades de oralidade.

O importante é observar o interesse e o desenvolvimento da sua criança. Estimule-o, mas sem pressão. Se ele gostar do contacto com uma nova língua, reforce essa aprendizagem.

E quais as melhores formas de ensino para crianças?

Por se tratar de uma fase em que a criatividade e a imaginação estão em alta, a melhor forma de ensinar é fazendo uso de metodologias que agucem a curiosidade e o interesse das crianças para o idioma através de actividades lúdicas e interativas.

Uma das possibilidades é utilizar jogos interativos como ferramentas para o ensino  do novo idioma.

Outra metodologia muito aplicável com crianças é trazer o idioma para dentro da rotina delas. Para isso é preciso inserir na rotina da criança palavras-chave em inglês em situações que ela já está acostumada a responder.

Por exemplo, ensine o “Please!” depois que ele já souber o sentido de “Por favor!”; ensine o “Thank you” junto com o “Obrigado” e assim por diante.

 

Estudar inglês junto com o desenvolvimento da língua materna pode atrapalhar a alfabetização?

Esse é um mito que assusta muitos pais. Às vezes, as crianças expostas a um ensino bilíngue podem sim misturar os idiomas durante as formações das frases.

Mas isso faz parte do processo de aprendizagem. Com o tempo, a criança vai entendendo melhor o contexto das frases e da conversação e saberá  usar cada língua separadamente.

Como  pode perceber, aprender outro idioma é uma oportunidade cheia de vantagens para as crianças. Faz parte da tarefa dos pais incentivar o desenvolvimento dessa habilidade.

Fonte:

Meu filho pode ser sensível, afetuoso, carinhoso…

filho dá beijo ao pai

O filho homem também merece e necessita de um cuidado especial. Porque ele pode chegar a ser igual, ou mais afetuoso que uma filha; porque educá-los desde cedo com habilidades emocionais adequadas pode permitir, no futuro, resolver melhor seus conflitos, ter maiores habilidades comunicativas, ser mais empático, assertivo e dono de suas realidades.

 

Hoje em dia, muitos de nós continuamos vendo em nossos pais, e inclusive nas gerações masculinas mais jovens, certas carências na hora de gerir e demonstrar esses universos pessoais, onde habitam dimensões tão complexas como o medo, a frustração, a tristeza, a insegurança…

Quando algo o preocupa, a mente masculina, educada na contenção, calará aquilo que a corrói para não demonstrar isso, o que alguns definem como “debilidade de caráter”. E mais, atualmente continuamos vendo muitas famílias que seguem pautando em seus filhos homens aquele conceito: “não chore”, “seja forte” ou “não faça essas coisas porque parece uma menina”.

Não podemos esquecer que quando orientamos uma criança para que se cale, dissimule e afogue suas emoções, o que geramos é frustração. Se rirmos de suas lágrimas ou de seus comportamentos, o que propiciamos é raiva. Não tem sentido algum trazer ao mundo uma pessoa para censurá-la, para colocar barreiras em suas emoções e sentimentos.

Muitas mães e muitos pais que educam seus filhos meninos, com respeito e intuição, podem comprovar que o resultado é que as crianças são incrivelmente afetivas, próximas e carinhosas desde o início. Demonstrar amor não é território exclusivo de um gênero. As lágrimas não são propriedade feminina, são a expressão natural e necessária de uma emoção, algo que não podemos impedir. 

Os filhos homens são mais vulneráveis

Este dado é interessante, e convém que o tenhamos muito em conta:  o cérebro do menino amadurece de uma maneira mais lenta que o das meninas.

Assim mesmo, eles também são mais vulneráveis ao efeito do stresse materno durante a gravidez. É como se a neurobiologia feminina dispusesse de mecanismos mais firmes e mais resistentes na hora de fazer frente às emoções negativas, já desde o universo uterino.

Entretanto, não devemos nos descuidar, porque também na vida “extrauterina” , que nossos filhos homens necessitam um pouco mais de atenção no plano emocional do que pensávamos num primeiro momento.

Um cérebro diferente, porém com mais necessidades emocionais

á desde os primeiros meses de gravidez, podemos verificar diversas diferenças entre o cérebro masculino e o feminino. Os fetos masculinos, por exemplo, têm por volta de 10% mais de testosterona circulando em seu sangue que os femininos. Este pequeno detalhe já demonstra certas diferenças entre ambos os gêneros que são interessantes de anotar.

  • Segundo uma interessante pesquisa publicada há pouco, com o título “Nossos filhos meninos: A neurobiologia do desenvolvimento e a neuroendocrinologia das crianças em risco”, publicada por Allan N. Schore, conclui que os meninos podem sofrer de mais estresse que as meninas se não são atendidos de forma adequada.
  • Uma mãe que, por exemplo, não oferece a seu filho uma atenção segura, duradoura e significativa, fará com que a longo prazo esse menino possa demonstrar mais desordens emocionais que uma menina nas mesmas circunstâncias.
  • Assim mesmo, essa carência no vínculo afeta seu desenvolvimento cerebral, suas emoções, seu autocontrole e a qualidade de suas relações com os demais.

Em media, mas não em 100% dos casos, os meninos tem mais tendência a demonstrar sua frustração quando não conseguem o que querem, e frequentemente essas reações podem ser violentas. Ensinar a eles o mais cedo possível a gerir essas situações é a chave na educação do menino.

[sc name=”ad_tamanho300_250″]

 

Mesmo assim, é comum eles irem desde a afetuosidade mais extrema até à conduta mais áspera em poucos segundos quando algo falte, não lhe agrade, ou incomode. Tudo isso são pistas de que sua gestão emocional demora muito mais para amadurecer, seu cérebro consolida essas áreas de forma mais lenta que nas meninas, e daí que devemos estar mais atentos a todo este complexo universo dos meninos.

Potencie de forma inteligente a afetuosidade natural de seu filho

Seu filho vem “ de fábrica” com um amor infinito, porém, também com infinitas necessidades. É carinhoso por natureza e necessita de suas carícias, seus abraços, e sua proximidade de uma maneira intensa, já desde o primeiro dia que veio ao mundo. Agora, se essas necessidades, em geral, são mais sensíveis e intensas que nas meninas, o último que devemos fazer é dizer a eles frases como “os meninos não choram”, “os meninos são valentes e podem resolver  seus problemas sozinhos”.

Se fizermos isso, a única coisa que conseguimos é levantar um muro frente às suas necessidades emocionais, gerando embaraço. À partir desse momento, o menino entenderá que falar de seus desejos, necessidades, medos e problemas é “algo proibido”. E com isso, bloqueamos sua oportunidade de ser assertivo ou empático, para demonstrar uma adequada comunicação emocional.

Para que serve tudo isso? Absolutamente nada. A infância e a educação do menino devem ser acompanhadas de um tratamento sensível e carinhoso. Se seu filho já veio ao mundo sendo afetuoso, potencie essa qualidade, faça dele uma criança com uma Inteligência Emocional adequada.

Você estará investindo em felicidade.

Fonte: sou Mamãe

Método Montessori: reflexões para inspirar pais e educadores

método montessori: menino a brincar

Os princípios do Método Montessori de educação são aplicaveis a todos, mesmo em casa e mesmo não havendo à disposição os materiais didáticos que fazem parte do método escolar.

De acordo com Maria Montessori, o centro da aprendizagem é a própria criança que, com sua curiosidade natural, explora e dá ainda mais vazão à sua necessidade de aprender, se tiver à sua disposição um ambiente adequado, variado e estimulante. As crianças devem ser livres para escolherem os materiais, os brinquedos e as ferramentas que preferirem usar em cada etapa de seu crescimento, pois, cada experiência é uma oportunidade de aprendizagem.

Aqui estão algumas reflexões sobre o Método Montessori para inspirar pais, educadores e professores.

1.Método Montessori: Ambiente e ordem

Maria Montessori acreditava que as crianças aprendem melhor num ambiente arrumado. O conselho é criar seções diferentes em uma prateleira para armazenar livros, quebra-cabeças, jogos, bonecas, carrinhos, etc, tudo separadamente.

É aconselhável escolher recipientes como cestas e caixas que devem ser colocadas a uma altura facilmente alcançável pelas crianças. Também é importante ensinar a criança a arrumar cada brinquedo em seu lugar depois de tê-lo usado. Os pais devem apenas deixar à disposição os brinquedos adequados para cada idade e deixar que a criança seja livre para escolher o que quiser, mas manter a ordem e brincar com uma coisa de cada vez é muito importante.

2. Método Montessori: Movimento e Aprendizagem

De acordo com Maria Montessori, as crianças precisam se concentrar em algumas atividades que exigem o uso e o movimento das mãos. Pense na cena clássica em que uma criança aprende a empilhar cubos um em cima dos outros. Nesta atividade, que parece um jogo, a criança não está apenas se divertindo, mas está aprendendo a importância da concentração e da coordenação.

método montessori: menino e menina a salta à corda

3. Método Montessori: Livre escolha

Maria Montessori acreditava que a liberdade de escolha foi o mais importante processo mental do ser humano. As crianças aprendem muito mais e absorvem mais informações quando elas são deixadas livres para fazerem suas próprias escolhas.

liberdade de escolha não significa liberdade para fazer o que quiser, sem regras. Trata-se de uma liberdade que leva a criança à capacidade de escolher a coisa certa a fazer. E para a criança a coisa certa é decidir o que fazer para atender as suas próprias necessidades e dar um novo passo no seu processo de crescimento.

4. Método Montessori: Estimular o interesse

A criança aprende melhor se viver em um ambiente estimulante e cheio de objetos interessantes que atraiam a sua atenção. Mas isso não significa comprar a loja inteira de brinquedos. Crianças amam os nossos objetos do dia a dia como peneiras, panelas, colheres de pau.

Fique atento a não dar objetos muito pequenos que possam ser perigosos para os “menorzinhos”. Se puder, ofereça vários livros diferentes, materiais para fazer novos pequenos objetos artesanais (como por exemplo o rolo do papel higiénico, potinhos de iogurte etc), deixe ferramentas para desenhar e colorir à disposição da criança e tudo o que possa estimular a sua criatividade. Até mesmo uma música clássica ou relaxante pode ser útil durante o jogo e a aprendizagem.

5. Método Montessori: Recompensas

Maria Montessori não gostava de sistemas de ensino baseados em prémios e punições porque ela acreditava que a melhor recompensa para a criança é ter conseguido aprender a fazer sozinha uma coisa nova, graças a sua curiosidade e a sua força de vontade.

De acordo com o Método Montessori, o verdadeiro prêmio é ser capaz de atingir a meta: completar um quebra-cabeça, regar a planta sem deixar a água cair.

Nisso, um alerta: deixe a criança errar e acertar sozinha. O problema atual dos pais é não conseguir manter a ansiedade e querer ajudar a criança a completar sua tarefa. Deixa a criança fazer sozinha, ela é muito mais capaz do que você supõe.

6. Método Montessori: Atividades práticas

A aprendizagem das crianças de acordo com o Método Montessori, se dá especialmente através de atividades práticas durante os anos pré-escolares. As atividades práticas ajudam o seu filho a estimular os sentidos do tato, visão e audição, essenciais para aprender a ordem, a concentração e a independência.

Deixe teus filhos ajudarem a limpar a casa, a cozinharem, cuidar da horta, até mesmo a costurar, pregar um botão com uma agulha não pontiaguda.

7. Método Montessori: Grupos com crianças de diferentes idades

Na escola montessoriana as crianças estão distribuídas em diferentes classes com base na idade, mas Maria Montessori acreditava muito na formação de grupos mistos com crianças de diferentes idades porque sentia que isso era um estímulo para a aprendizagem.

Por exemplo, as crianças mais jovens ficam intrigadas com o que as mais velhas fazem e pedem ajuda a estas. Por sua vez a criança mais velha fica feliz em ensinar o que ela faz e já aprendeu. Este conselho é muito importante para os pais que têm crianças de diferentes idades.

As atividades que podem ser feitas dentro de um grupo misto podem incluir: desenho, jardinagem, esportes, brincadeiras de rua etc. Um dos princípios subjacentes ao método Montessori é deixar as crianças interagirem com as próprias crianças de diferentes idades, para que elas aprendam umas com as outras.

8. Método Montessori: Importância do contexto

É importante, de acordo com o Método Montessori, que os temas e os conceitos a serem aprendidos sejam colocados no contexto certo. Desta forma, as crianças vão entender e lembrar melhor deles. Exemplos concretos são mais fáceis de entender do que conceitos abstratos.

Este princípio prega além do mais que é essencial que as crianças aprendam fazendo em vez de (tentarem) aprender simplesmente escutando a lição.

9. Método Montessori: O papel do professor

Para Maria Montessori o papel do professor é o de gerir e facilitar as atividades dos alunos. Não é uma pessoa que dá uma palestra falando sobre os tópicos que ensina, é um auxiliar no processo de aprendizagemque a criança pode alcançar sozinha.

Menino e menina a ler numa sala de aula

10.  Método Montessori: independência e  reflexões sobre o Método Montessori para inspirar pais, educadoresautodisciplina

O Método Montessori encoraja as crianças a desenvolverem a independência e autodisciplina. Com o tempo, as crianças vão aprender a reconhecer quais são as suas paixões e suas inclinações e te farão entender o estilo de aprendizagem que elas preferem.

Algumas crianças gostam de leitura, enquanto outras são mais propensas a atividades práticas. Maria Montessori buscou unir, de uma forma equilibrada, todos os aspectos da aprendizagem, de modos que os princípios básicos do seu método, possam ser aplicados por todos. No entanto, na Itália, país de origem de Maria Montessori, para ser um professor montessoriano, é necessário passar por uma formação montessoriana, mas isso não impede que muitos docentes misturem ou usem o método nos aspectos em que acreditam. Muitos destes aspectos também podem aplicados em casa. O Método Montessori é genial e vai além da aprendizagem escolar pois, viver é aprender, certo?

Leia também:

Os 15 princípios de Maria Montessori para educar crianças felizes

Fonte: GreenMe

 

Livro “Será o meu filho sobredotado?”

Capa do livro Será o meu filho sobredotada

Imagem de destaque: Capa do livro “Será o meu filho sobredotado?”

[sc name=”ad_tamanho300_250″]

 

Em cada 100 crianças, três a cinco serão sobredotadas. Como estão a ser acolhidas na sua diferença?

Os pais, perante o comportamento dos seus filhos, sentem necessidade de obter respostas para as suas dúvidas, de procurar esclarecimento e orientação. Nas escolas, aceitam-se mitos que a pesquisa já derrubou.
A inércia continua amparada por uma certa crença de que estas crianças não precisam de atenção especial, podendo educar-se por si.

Este livro pretende, por isso, ajudar os pais a familiarizarem-se com o conceito de sobredotação e dar a conhecer formas de promover um desenvolvimento salutar, tanto afetivo como educativo. De certa forma, esperamos que possa também servir de alerta aos decisores políticos, dando-lhes a conhecer as necessidades particulares destas crianças.

Mesmo contando com o apoio das instituições, cabe-lhe a si, enquanto mãe ou pai, apoiar o crescimento do seu filho ou filha, encaminhando-o no sentido da felicidade.

Este é um livro essencial para pais e educadores.  Saiba mais sobre o livro “Será o meu filho sobredotado?”

Se o teu filho te tira do sério, isso pode ser sério!

Mãe a gritar

Na verdade crianças não “tiram os adultos do sério”.
Adultos já estão “fora do sério”.
Adultos vivem “fora do sério” por questões pessoais!
Por suas próprias frustrações, preocupações, medos, mágoas, receios, pressa, pressões externas e internas.

Este é um artigo escrito pela Psicanalista Luzinete R. C. Carvalho.

Os adultos estão constantemente fora de si, desarmonizados, encolerizados, contidos, como bombas prestes a explodir.
O que acontece é que mais facilmente se deixam explodir quando precisam lidar com quem é menor, mais frágil, indefeso, quando lidam com quem não precisam temer uma retaliação…
Por isso, antes de se permitir “sair do sério” com uma criança, reflita se você já não está “fora do sério” por outras razões em sua vida, razões que só você pode (e deve) tentar mudar!
Talvez seja a vida apressada, cheia de horários controlados por segundos preciosos, que não podem ser “perdidos” por causa de uma criança, que precisa andar mais devagar para olhar pedrinhas na calçada.
Talvez sejam as contas para pagar e os prazos para cumprir, que consomem, além de energia física, uma preciosa tranquilidade mental, tão necessária para desfrutar da companhia dos filhos.
Talvez sejam as expectativas pessoais, que visam sempre um futuro melhor, mas fazem esvair por entre os dedos qualquer possibilidade de viver o agora, e tal impossibilidade grita através do choro dos filhos, que imploram neste momento a atenção de hoje.
Adultos estão constantemente “fora do sério” por causa das mágoas do passado, da pressa no presente e das angústias do futuro!
E as crianças, na verdade, precisam de muito pouco.

Porém, o pouco que elas precisam é algo que se tornou muito difícil para nós, adultos!

Elas precisam de tempo de qualidade, de olhar demorado, de presença verdadeira, sem TV ligada, sem atender o celular no meio da brincadeira, precisam de uma volta na pracinha sem um “anda logo”.
As crianças não nos tiram do sério, não nos cobram nada, é que nós, preocupados, ansiosos e infelizes, nos sentimos cobrados internamente, e quando uma criança nos pede algo simples, lá no fundo sentimos vergonha, pois descobrirmos que somos, ou estamos, incapazes de realizar mesmo as coisas mais simples.
São as coisas simples que carregam em si as maiores alegrias.

Nossas escolhas, conscientes ou não, determinam muitas coisas em nossas vidas, e as crianças chegam depois que muitas dessas escolhas já estão solidificadas; e chegam em meio a um turbilhão de preocupações, prazos, horários, dívidas e metas, chegam silenciosas em meio a mil vozes que nos dizem que são elas, as crianças, que precisam se adaptar e se encaixar.

As crianças chegam nos pedindo um pouco mais de tempo, passos mais lentos, olhares mais atentos, abraços sem pressa, sorrisos sem limites…
Chegam nos mostrando que nem nós deveríamos aceitar nos encaixar na vida atribulada e vazia, que nos consome na mesma medida que consumimos cada dia sem sentir, sem perceber.
As crianças não nos cobram, elas nos mostram que estamos incapazes de desacelerar, de sorrir, de contemplar, de cantar ou dançar, de respirar e suspirar, de sentir alívio ou paz.

E em vez de refletirmos sobre nossas escolhas, que podem não ter sido as melhores até então, mas que podem melhorar, ou até mesmo serem diferentes a partir de agora, a gente “prefere” brigar com as crianças, bater nas crianças, sair do sério com as crianças!
Os filhos nos lembram constantemente sobre o que realmente importa, especialmente quando nem queremos que nos lembrem dessas coisas.

Os filhos querem apenas um pouco mais da gente mesmo! Mas isso se tornou quase impossível, pois perdidos entre as experiências do passado, a pressa no presente e o medo do que virá amanhã, nem conseguimos nos lembrar quem somos, ou quem queríamos ser…
Não lembramos mais quem somos em meio a tantas preocupações e angústias!
Precisamos refletir não sobre os adultos que nos tornamos, mas sobre as crianças que nós mesmos um dia fomos!
Tentar lembrar o que sentíamos, o que desejávamos, o que era importante para nós quando éramos pequenos!

Não existe criança que precisa apanhar para aprender, o que existe, infelizmente, é adulto que precisa bater, e que batendo, acredita que está ensinando algo bom.

Bater, agredir, gritar, deixar chorar, apressar, negar, brigar, culpar, ignorar…
E isso tudo por causa de suas próprias questões pessoais.
É difícil e trabalhoso enxergar que o problema no comportamento da criança pode ser a escola que ela é obrigada a frequentar, é muito difícil e trabalhoso enxergar que o problema pode ser o ritmo acelerado da vida que nós escolhemos.
Pode ser trabalhoso perceber que o problema pode ser as pessoas que rodeiam as crianças.
Pode ser difícil e doloroso enxergar que o problema pode ser a gente mesmo.
Por isso, e por muitas outras coisas, decidimos que o problema é a criança, e por não conseguirmos mudar o contexto que nós vivemos, tentamos mudar a criança.
Romper com o passado, mudar o presente e temer menos o futuro, pode dar muito trabalho!
Então, decretamos que são as crianças que nos tiram do sério.
Quando cuidar e educar se limita a fazer dos filhos aquilo que a gente quer, quando se limita a enquadrá-los à força dentro de uma rotina alucinada, perdemos toda a leveza, a liberdade e a alegria.
Tudo se torna extenuante, e até o que é natural é percebido como se fosse um problema.
Existem métodos, dicas de disciplina positiva que podem indicar o caminho, mas não há soluções prontas, especialmente se o que os pais procuram é um método milagroso que elimine todo e qualquer conflito.
As situações tensas, os embates, as crises, sempre vão existir, e são parecidas em todas as famílias, o que difere é a capacidade que algumas pessoas tem de lidar com elas de uma forma mais leve e produtiva.
Não adianta querer ser imediatista. E atualmente todos sofremos deste mal, queremos ser atendidos imediatamente, queremos que as encomendas cheguem o quanto antes, queremos que a fila ande o mais rápido possível, nós, os adultos, queremos que o link abra em um segundo, queremos o resultado já, agora, neste instante.

E no que diz respeito a relações humanas, o tempo de resposta não está na velocidade de um clique, a resposta está na confiança que se planta a cada dia, mas se colhe num tempo que não podemos controlar.

Criar e educar é uma construção diária, lenta, trabalhosa, que se prolonga por todo o tempo que durar a relação, ou seja: provavelmente a vida inteira.
O diálogo, a confiança e o respeito se constroem dia a dia, nas coisas simples, através dos detalhes.
Algo que aparentemente não deu certo em uma determinada situação pode ter sido uma semente a germinar e gerar frutos benéficos em um futuro próximo ou distante.
Nada se perde no que diz respeito aos cuidados com os filhos!
A maioria das situações de conflito que surgem, especialmente as rotineiras, as que se repetem, podem ser evitadas e contornadas.
Os momentos de crise, de embate entre pais e filhos, podem ser superados de forma harmônica e construtiva, isso se houver um pouco mais de paciência, boa vontade, autoconhecimento e tempo, coisas que dependem dos adultos e não das crianças.
Carl Gustav Jung já dizia que se você encontrar algo que gostaria de mudar em uma criança, deveria antes se perguntar se não há algo que você deveria mudar em você mesmo.

Antes de erguer a voz para uma criança, reflita sobre o quanto está ouvindo a sua própria voz interior, e se está sendo capaz de compreender o que esta voz lhe diz.

Antes de erguer a mão para uma criança, reflita sobre o quanto está erguendo a mão para mudar o que não está bom, dentro e fora de você…

Que nos sirva apenas de alerta, ou como um convite para refletirmos, que sempre há muito a ser mudado em nós mesmos, quando temos o ímpeto de mudar algo em uma criança!

11 coisas para dizer em vez de “Pára de Chorar”

Artigo de Renee Jain, publicado em psychcentral.com e aqui traduzido para português por Parentalidade Digital.

11 coisas para dizer quando as crianças choram

Não é segredo que ouvir os nossos filhos a chorar nos deixa desconfortáveis. Basta pensar em como se sente ansioso quando o seu filho pequeno desata a chorar sem uma razão óbvia. Sabemos que a principal forma de comunicação do recém-nascido é chorar, mas ainda o vemos como algo a ser “consertado”. Quando o bebé se torna numa criança, que anda e fala, esperamos, que ele processe a emoção da maneira como fazemos, em vez da maneira que sempre fizeram: através do choro.

De facto, estudos descobriram que os nossos cérebros são programados para ter uma reacção instantânea a uma criança que chora, tornando-nos mais atentos e prontos para ajudar – e com rapidez! Um bebé a chorar desencadeia o nosso instinto de combate, aumentando a nossa frequência cardíaca e empurrando-nos para a acção … mesmo que essa criança não seja nossa.

Parece que temos que reagir a uma criança a chorar, mas como?

O seu bebé a chorar não é necessariamente de tristeza

Para muitas crianças, chorar não é um reflexo da tristeza – é uma maneira de processar uma qualquer emoção. Eles podem chorar de raiva, frustração, medo, excitação, confusão, ansiedade ou até mesmo de felicidade. O problema é que eles também podem não ter a habilidade verbal e a autoconsciência para explicar como se estão a sentir. Isso significa que perguntar-lhes: “O que se passa?” raramente produzirá uma resposta produtiva.

Dizer “não chores!” Torna a vida mais difícil para si

Pode pensar que se o choro parar também vai impedir seu filho (e o seu coração!) de sofrer, mas quando diz ao seu filho, “Pára de chorar!” ou “Não chores!”, eles imediatamente pensam que não entende como se estão a sentir. O seu choro provavelmente se tornará mais alto e mais persistente.

Ao perguntar ou dizer-lhes para “parar”, também está a dizer ao seu filho que as suas emoções são inválidas e sem importância. Independentemente de quão trivial a razão possa parecer para si, a sua incapacidade de reconhecer como eles se estão a sentir naquele momento priva a ambos a oportunidade de aprender a processar essa emoção de uma maneira mais positiva.

O nosso objetivo como pais, por mais complicado que pareça, é apoiar o desenvolvimento da autorregulação emocional do nosso pequeno – algo que só podemos fazer quando os tratamos com empatia e compreensão.

Por mais tentador que seja, não o distraia

Muitos de nós vemos a distração como a ferramenta definitiva no nosso arsenal emocional. Imaginando que, se conseguirmos distrair a nossa criança, que está a chorar, da razão que a está a fazer chorar, nós conseguimos fazer parar o choro completamente. Todos nós balançamos o brinquedo favorito à frente dos rostos lavados em lágrimas ou cantamos uma música com os dentes cerrados num desespero agudo! Infelizmente, com a distração perde a oportunidade de se conectar com o seu filho e ensiná-lo a lidar com as suas emoções.

Sim, se ele está a lutar por um brinquedo com outra criança, distrair o seu filho com um segundo brinquedo é completamente apropriado. Mas se o seu filho está a chorar porque o ajudou a colocar os sapatos em vez de deixá-lo fazer isso sozinho, a distração, provavelmente, só fará com que eles respondam mais alto e com mais fervor a fim de serem ouvidos.

É verdade que, às vezes, a distração pode funcionar, mas geralmente é apenas um penso rápido. Não ajuda o seu filho a aprender como lidar no futuro com uma situação ou emoção similar de uma forma mais positiva.

O que dizer

Da próxima vez que se deparar com uma criança a chorar, tente tirar um momento para se certificar de que está calmo. Se está com raiva, stressado ou frustrado, as coisas que que vai dizer apenas adicionam sofrimento à sua criança. Respire uma ou duas vezes, afira como se está a sentir, concentre-se no que está a acontecer dentro do seu corpo (o seu coração pode estar a bater um pouco mais rápido; seu maxilar pode estar cerrado; pode estar tenso) e, quando estiver pronto , use uma voz baixa e tente estas 10 alternativas:

  1. “Estamos na mesma equipa. Eu vou ajudá-lo ”.  Mesmo que o seu filho diga que não quer a sua ajuda, eles querem sentir que os apoiará quando precisarem de si.
  2. “Eu posso ver que isso é difícil para ti.”  Esta frase simples reconhece que os ouve e os vê.
  3. “Eu entendo que estejas triste / desapontado / assustado / ansioso / feliz e isso é normal.”  Reforce a noção de que sentir uma emoção é o que nos torna humanos.
  4. “Isso foi muito triste / frustrante / decepcionante.”  Reconhecer o evento que desencadeou o choro do seu filho ajuda-o também a ver o que desencadeou a sua emoção e descobrir o que fazer a seguir.
  5. “Vamos fazer uma pausa.”  Remover os dois da situação ajuda a criança a entender que às vezes  precisamos de nos afastar para nos recompormos. O seu filho pode estar legitimamente cansado ou com excesso de estímulo e simplesmente precisa ter tempo num lugar calmo e reconfortante antes de voltar à actividade.
  6. “Eu amo-te. Estás seguro.”  Isso convida à conexão com o seu filho, em vez de separação. Eles podem precisar de um abraço, um aconchego ou de segurar a sua mão para sentir que está de facto ali para ajudá-los.
  7. “Gostarias de ajuda / uma pausa / para tentar novamente?”  Muitas vezes quando o seu filho chora de frustração, eles precisam de uma das três coisas: ajuda a executar a tarefa, uma pausa da situação emocional ou tentar fazer a tarefa novamente, possivelmente com ajuda. Perguntando-lhes o que eles gostariam dá poder ao seu filho, ajudando-os a sentirem-se importantes e significativos.
  8. “Eu posso ouvir que estás a chorar, mas eu não sei o que precisas. Podes-me ajudar a entender? ”  Mesmo que o seu filho não possa verbalizar por que está a chorar no começo, isso pode dar-lhe uma hipótese de praticar.
  9. “Eu me lembro-me de quando …” Embora possa parecer uma técnica de distração, ajudá-los a recordar uma época em que se sentiram felizes e em paz ajuda a preparar o seu cérebro para o pensamento racional. Tentar ser razoável com uma criança que está num estado altamente emocional é como negociar com um pequeno ditador. Eles não estão preparados para ouvir a razão quando estão a sentir-se desamparados ou zangados, tristes ou exaustos.
  10. “Vamos criar uma solução juntos.”  Finalmente, queremos ajudar os nossos filhos a desenvolver habilidades de resolução de problemas. Apresentar uma solução que ajude a processar as suas emoções ensina-os a olhar objectivamente para a situação e encontrar possíveis soluções.
  11. Mantenha o silêncio e mantenha um espaço de afeto para o seu filho que está a chorar. Seja um pilar de empatia e força para eles.

Não fale com os seus filhos sobre sexo

Casal de mão dadas

Li este artigo na Parent Co. e, apesar de ser escrito para uma realidade diferente da nossa, tem várias ideias muito interessantes sobre como devemos falar de relacionamentos com os nossos filhos.

Publicidade
[sc name=”ad_tamanho300_250″]

Não fale com os seus filhos sobre sexo

Questiona-se sobre o momento certo para conversar com o seu filho sobre sexo? Pesquisas recentes têm algumas recomendações para si: não o faça. Não fale com o seu filho sobre sexo. Em vez disso, fale sobre os relacionamentos. Fale sobre o romance. Fale sobre o relacionamento saudável, fale sobre o respeito mútuo e, principalmente, fale sobre o consentimento.

Falar sobre sexo? Não parece estar a resultar. Por isso não o faça!

Eu disse: “Ei, o que se está a passar?”

A maioria da educação sexual nas escolas é baseada em contracepção, gravidez e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. O problema é que esses programas não respondem aos tipos de perguntas que as crianças da escola têm sobre o sexo e sobre relacionamentos. Os programas assumem que as meninas são as porteiras do sexo e direcionam as lições para elas. Eles subestimam a capacidade emocional e o interesse dos rapazes e, para dizer a verdade, esses programas simplesmente não estão a resultar.

Nos EUA, 66 por cento dos jovens entre os 12 e os 25 anos afirmam lamentar a sua primeira experiência sexual. No entanto, na Holanda (proprietários orgulhosos de um programa de educação sexual baseado em relacionamento que começa aos quatro anos), a mesma faixa etária relatou primeiras experiências “pretendidas e divertidas”.

Curiosamente, os estados que executam programas de educação sexual baseados na abstinência têm a taxa mais alta de gravidezes adolescentes.

Quando nos concentramos nos factos em torno do sexo, estamos a esquecer da componente dos relacionamentos. Os adolescentes estão confusos sobre relacionamentos e sexo, e eles não estão a encontrar as respostas na sala de aula. É aí que os pais podem intervir, mas não é a ter “a tal conversa”. Devem ter muitas conversas e tenham-nas cedo e muitas vezes.

Publicidade
[sc name=”ad_tamanho300_250″]

Os rapazes só se preocupam com uma coisa

É romance? Ou são mulheres nuas? A pesquisa diz que é: conexão!. Todos estamos conscientes do estereótipo culturalmente aceite do adolescente obcecado pelo sexo: o rapaz que coloca os seus amigos no centro do seu mundo e usa e descarta parceiros sexuais como copos de plástico. Essa noção de masculinidade tóxica presta aos rapazes adolescentes um péssimo serviço. Enquanto que alguns até poderão estar interessados em viver nesse padrão lamentável, a pesquisa sugere que a maioria dos rapazes adolescentes precisam e querem informações sobre relacionamentos, muito mais do que querem dicas sobre como engatar uma rapariga.

Um estudo realizado a 105 rapazes do 10 º ano descobriu que a grande maioria preferia e procurava relacionamentos sérios ao invés de actividade sexual. Estes resultados da pesquisa parecem ser consistentes ao longo da vida, com um estudo abrangente sobre adultos que descobriu que o comportamento sexual mais procurado era o romance e o carinho . Esses comportamentos mais procurados incluíam coisas como beijar, abraçar e dizer coisas carinhosas um ao outro.

A suposição de que os rapazes só se preocupam com o sexo torna invisível, nas discussões, a componente emocional dos relacionamentos. E afinal, esta é a informação que eles realmente querem e definitivamente precisam. O que nos leva a uma questão: onde é que eles estão realmente a ir buscar as suas informações?

Eles descobrirão através dos seus amigos

Os rapazes já sabem tudo sobre sexo, certo? Eles aprendem com os seus amigos (que também sabem tudo, certo?), e através da sociedade em geral, e às vezes até através da pornografia. O problema com as suas fontes actuais de informação é que seus amigos são relativamente ignorante sobre o assunto, a sociedade não possui a profundidade necessária para navegar pelas águas turvas da sexualidade positiva, e a pornografia raramente retrata relacionamentos sexuais saudáveis. Todas essas fontes de informação são inadequadas e podem reforçar os estereótipos negativos em relação aos rapazes adolescentes.

Publicidade
[sc name=”ad_tamanho300_250″]

E sobre,(engolir em seco), pornografia?

A pornografia é uma má professora de relacionamentos. Mesmo que os rapazes usem linguagem sexualizada, isso não significa que eles entendem a sexualidade ou que eles tenham as ferramentas para lidar com isso.

Quando os rapazes não são levados a sério pelos adultos, eles não falam, mesmo que as suas preocupações em relação ao sexo ainda estejam lá. Os adolescentes sabem que não estão a receber a informação que querem; O que eles precisam é  dos pais para preencher esse papel. Os pais precisam de conversar com seus rapazes, e a adolescência é muito distante para que os rapazes aprendam só ai sobre relacionamentos saudáveis ​​e sexualidade. Essa conversa deve começar cedo, com a expectativa de que os meninos sejam capazes de ter uma vida emocionalmente rica e fazer boas escolhas. Isso não significa falar com um filho de quatro anos sobre sexo, mas sim sobre amor e relacionamentos.

“Quando duas pessoas se amam muito …”

Torna-se mais fácil falar sobre sexualidade quando se pensa no amor como base disso. Falar sobre como mostramos uns aos outros amor todos os dias pode ser um excelente iniciador de conversas. Colocar às suas crianças perguntas como: “O que te faz sentir amado?” e “Como tu podes ser um bom amigo?” pode ajudá-los a tomar boas decisões de relacionamento mais tarde na vida.

A resolução de problemas e a capacidade de tomada de decisão são iminentemente transferíveis. Ao aprender essas habilidades no início da vida, as crianças já estão no bom caminho para tomar decisões românticas e sexuais saudáveis. Fale sobre quais os tipos de intimidade que fazem você sentir-se seguro e quais os tipos que não. Fale sobre ter sentimentos e quão fantástico é ser um homem e ser emocional. Fale sobre o que significa consentimento e como eles os podem praticar. Modelo de consentimento com os seus filhos: ao brincar de wrestling ou fazer cócegas, certifique-se de que tem um “Sim” completo do seu filho, e não apenas a falta de um “Não”.

Os pais também podem servir de exemplo nos relacionamentos e servir de exemplo no respeito pelos corpos e emoções das outras pessoas. Ao ganhar uma consciência dos seus próprios limites e dos tipos de amizades que eles valorizam, os rapazes podem usar essas capacidades de tomada de decisão quando começam a entrar no mundo dos relacionamentos românticos.

Os rapazes adolescentes são inerentemente capazes de ter relacionamentos ricos e mutuamente gratificantes. Eles querem saber sobre o amor, eles querem saber como mostrar amor e como ser amado de forma saudável. Quando os rapazes sabem que podem falar sobre os seus sentimentos, eles falam!

Eles também estão conscientes de que suas fontes actuais de informações estão a falhar. É aqui que pais e cuidadores podem avançar. Falar com os rapazes sobre sexo raramente envolve falar com rapazes sobre sexo. Em vez disso, fale com os seus filhos sobre o amor, é isso que eles realmente estão à procura.

Traduzido e adaptado por Parentalidade Digital. Podem encontrar o original aqui:

https://www.mother.ly/parenting/dont-talk-to-your-sons-about-sex-talk-about-this-instead

 

Madassa: o menino que não conseguia ler

O menino que não conseguia ler

Madassa não sabia ler nem escrever.
Madassa tinha a idade que as crianças têm quando sabem ler e escrever.
Mas Madassa não sabia ler nem escrever.

Dentro da cabeça de Madassa não havia lugar para palavras.
Dentro da cabeça de Madassa havia um medo todo negro, com os sons da guerra e dos mortos, muitos mortos.

Na cabeça de Madassa havia uma raiva vermelha cheia de «porquê? porquê?» como garras que espetam.

Dentro da cabeça de Madassa havia uma névoa de tristeza, tão espessa que ele não conseguia lembrar-se da cara do seu irmão ou da sua irmã, que tinham desaparecido e ninguém sabia onde.

Alguns dias, na cabeça de Madassa estava a fome que lhe enchia o ventre.

O negro do medo, as garras da raiva, a névoa da tristeza – e, alguns dias, a fome – ocupavam todo o espaço na cabeça de Madassa.
Não havia espaço para as palavras.

A professora já não sabia o que fazer para ajudar Madassa. Quanto ela tinha tempo, lia-lhe histórias que ele não conseguia ler sozinho.

[sc name=”ad_tamanho300_250″]

 

A história do Pequeno Polegar, que estava tão assustado na floresta – e o medo do Pequeno Polegar passeava na cabeça de Madassa.
A história do Grand Crieur , que estava sempre zangado – e a raiva do Grand Crieur era igual à raiva na cabeça de Madassa.
A história d’A Pequena Vendedora de Fósforos – e a tristeza da pequena vendedora gritava na cabeça de Madassa.
A professora contava-lhe também a história de Pierrot-la-Lune que queria florescer a terra inteira com as plumas dos pássaros – e as penas dançaram na cabeça de Madassa.

Na cabeça de Madassa, o medo do Pequeno Polegar deixava palavras para dizer medo.
A cólera de Grand Crieur deixava palavras para dizer cólera.
A tristeza de A Pequena Vendedora de Fósforos deixava palavras para exprimir a tristeza.
A dança das palavras de Pierrot-la-Lune deixava palavras que davam vontade de dançar.

Uma manhã, as palavras que se agitavam rapidamente na cabeça de Madassa não quiseram  mais ficar lá.  Madassa pegou um caderno, uma caneta, e um pouco desajeitadamente, como uma criança que aprende a andar, escreveu:

Madassa medo
Madassa cólera
Madassa tristeza
Madassa nas ervas
Madassa ao vento
Madassa na água
Madassa cinzento preto azul
Madassa vermelho amarelo preto
Madassa cinzento amarelo verde
Madassa galo tigre
Madassa sol

─ Um poema! ─ disse a professora. ─ Tu escreveste um poema!
Então foi isso, escrever!
Pegar nas palavras das histórias  para fazer as palavras de Madassa.
É preciso ler muitas histórias para ter muitas palavras.

Madassa começou a ler. E a escrever também.
Quanto mais ele lia, mais escrevia.
Quanto mais escrevia, mais ele queria ler.
Era um carrossel sem fim.
Madassa que não sabia ler nem escrever, agora enchia cadernos e mais cadernos.
Um dia talvez, ele escreveria um livro.

Madassa escritor.

Do livro Madassa de Michel Séonnet traduzido por Parentalidade Digital.

[sc name=”ad_tamanho300_250″]

Como os rapazes e as raparigas têm uma visão diferente sobre a violência

Mulheres participam numa marcha de protesto para sobreviventes de agressão sexual, em Hollywood, Los Angeles.

Se tivermos em conta as respostas ao artigo Cat Person, artigo que se tornou viral, fica claro que as pessoas vêem o abuso e a violência de forma diferente.

Homens e mulheres muitas vezes discordam sobre o que é considerado um comportamento violento e o que é considerado uma interação humana normal. E por causa disso, às vezes,  as mulheres que falam sobre o abuso são acusadas de exagerar ou procurar atenção .

Isto acontece especialmente no mundo online – onde as utilizadoras das redes sociais, como o Twitter e o Facebook, podem ser ameaçadas ou assediadas, com poucas ou nenhumas consequências para as pessoas que as atacam.

Muito disto vem de encontro a pesquisas que mostram que homens e mulheres tem diferentes percepções do que é violência. Desta forma, os homens são muito mais propensos a cometer actos violentos do que as mulheres – e essas diferenças de género geralmente começam na infância.

Violência na infância

Pesquisa sobre o comportamento de bullying descobriu que os rapazes são mais propensos a intimidar e as raparigas são mais propensas a defender os colegas intimidados. Os rapazes são mais propensos a pensar em bullying como uma parte normal da interação entre crianças enquanto que as raparigas são mais propensas a identificar o bullying como comportamento inadequado e inaceitável.

As pesquisas mostram que essa visão torna as vítimas masculinas de bullying particularmente vulneráveis, já que elas acham que não podem pedir ajuda, e os seus amigos do sexo masculino não devem oferecer ajuda. Estudantes masculinos são muitas vezes empurrados a aceitar o bullying como “brincadeira” e não levá-lo muito a sério.

Talvez não seja surpreendente, então, que ser intimidado pode levar as crianças a desenvolverem problemas de saúde mental. E, no lado oposto, a pesquisa também mostrou que os agressores são mais propensos a praticar comportamentos violentos e autodestrutivos, em adultos.

[sc name=”ad_central_1″]

 

Masculinidade tóxica

A pressão exercida sobre o sexo masculino para conter os seus sentimentos e não mostrar empatia para com os outros tem muitas consequências para rapazes e homens – tanto a curto como a longo prazo. Isso inclui frustração reprimida, depressão, distúrbios de conduta, isolamento, relacionamentos problemáticos e até violência.

Por outro lado, embora seja afirmado que esta cultura de masculinidade tóxica tenha tornado o mundo menos seguro para as mulheres, estas tendem a ter como factor protector as amizades mais próximas e de maior apoio. Isso geralmente torna as rapariga mais confortáveis ​​a compartilhar as suas experiências com bullying e mais dispostas a ajudar os amigos intimidados.

Crescer num mundo que exige que os rapazes mostrem-se fortes tem um impacto devastador sobre rapazes e homens, mas também sobre mulheres e raparigas. E, ao fazer crer aos rapazes que eles não podem ser vulneráveis , podemos estar a torná-los violentos.

Tanto os rapazes quanto os homens precisam saber que podem mostrar as suas emoções, pedir ajuda e ajudar os outros. Desta forma, os jovens precisam ser ensinados de que não podem tratar os outros com violência. E, da mesma forma, não devem aceitar ser tratados com violência – acabar com o silêncio, acabar com a violência.

Ao acabar com as diferentes mensagens que alimentam os comportamentos violentos ou solidários, isso pode ajudar a ter um impacto positivo sobre as intervenções anti-bullying , os esforços de igualdade de género e a saúde mental masculina. Mas, além disso, também pode ajudar a garantir que a próxima geração de homens e mulheres se sintam à vontade para falar sobre os seus sentimentos e entender o verdadeiro impacto que o comportamento violento e de bullying podem ter.

Artigo de , doutorada em Educação, Universidade de York. Original em Inglês e traduzido para português por Parentalidade Digital.

[sc name=”ad_central_1″]